Por Dante Carrer
MARSH HARBOUR, Bahamas (Reuters) - O furacão Dorian, um dos mais fortes já registrados no Atlântico, se enfraqueceu ligeiramente na manhã desta terça-feira, ainda estacionado acima da ilha Grande Bahama, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC), sediado na cidade norte-americana de Miami.
O Dorian está assolando as Bahamas há dias, e já matou ao menos cinco pessoas nas ilhas Abaco, no norte das Bahamas, e inundou casas antes de seu já esperado avanço sobre a Costa Leste dos Estados Unidos, onde mais de 1 milhão de pessoas receberam ordens de retirada.
Mas o furacão perdeu força e foi rebaixado para a categoria 3 da escala Saffir-Simpson, que vai até 5, na manhã desta terça-feira, com ventos contínuos máximos que diminuíram de 208 km/h 195 km/h, disse o NHC, que previa que o furacão permaneceria onde está ao menos até o final da manhã.
O saldo exato da devastação nas Bahamas não ficará claro até a tempestade passar e equipes de resgate poderem chegar aos locais mais afetados.
"Estamos no meio de uma tragédia histórica em partes do norte das Bahamas", disse o primeiro-ministro das Bahamas, Hubert Minnis, em uma coletiva de imprensa na segunda-feira. "Nossa missão e foco agora são busca, resgate e recuperação".
Ele acrescentou que a Guarda Costeira dos EUA está em Abaco e resgatou vários feridos. Pessoas com ferimentos graves foram levadas a hospitais de New Providence, a ilha mais populosa do país.
Até 13 mil lares das Bahamas foram destruídos ou seriamente danificados, disse a Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
Casas de um bairro de Freeport, na Grande Bahama, foram engolidas por 1,8 de água. "Parece que são barcos acima da água", disse Rosa Knowles-Bain, moradora de 61 anos que fugiu dois dias atrás para um abrigo de emergência.
Prevê-se que o Dorian seguirá para o noroeste na noite desta terça-feira e assolará os litorais da Flórida, Carolina do Sul e Geórgia, disse a federação.
Meteorologistas alertaram os moradores da Flórida a não serem complacentes, já que agora se prevê que a tempestade se manterá longe da costa.
"Não está tão longe assim da costa", disse Robbie Berg, meteorologista e especialista em furacões do NHC.
"Tudo que ela tem que fazer é andar um pouquinho para o oeste e você tem um furacão completo atravessando a Flórida", explicou. "Ninguém está livre de perigo".
Nove condados da Flórida emitiram ordens de retirada, incluindo partes do condado de Duval, que abriga Jacksonville, uma das duas maiores cidades da Flórida, e partes do condado de Palm Beach, que abriga a estância Mar-a-Lago do presidente Donald Trump.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, exortou os moradores do litoral a obedecerem às ordens de retirada.
(Por Dante Carrer, em Marsh Harbour, Bahamas; Gabriella Borter, em Titusville, Flórida; Peter Szekely e Kenneth Li, em Nova York; Steve Holland, em Washington; Rebekah F. Ward, na Cidade do México; Rich Mckay, em Atlanta; Alex Dobuzinskis, em Los Angeles; Matthew Green, em Londres; e Ankit Ajmera e Philip George em Bengaluru)