Por Maximilian Heath
BUENOS AIRES (Reuters) - O governo da Argentina alertou os frigoríficos nesta quarta-feira para fazerem sua parte para ajudar a reduzir a inflação doméstica ou ficarem sujeitos a proibições de exportação de carne bovina, ressaltando as crescentes tensões no país sul-americano por causa da espiral de preços.
O governo, que limitou as exportações de carne bovina em períodos do ano passado, tem amplos acordos com o setor para garantir o fornecimento de alguns cortes a preços baixos ao mercado local, onde a carne bovina é um item básico do churrasco semanal de muitos argentinos.
Com a inflação acima de 52% e subindo, o ministro da Agricultura, Julián Domínguez, disse no Twitter que se reuniu com a principal câmara de carnes do ABC e alertou que o não cumprimento das obrigações de fornecimento pode bloquear os exportadores.
"Informei que quem não cumprir os compromissos assumidos com o povo argentino não poderá continuar exportando carne", disse.
"Tomei esta decisão no contexto da guerra que provocou o aumento global dos preços dos alimentos, somando-se à crise que nosso setor pecuário está passando devido à seca, aos incêndios em Corrientes e a um déficit de 1,5 milhão de cabeças (de gado)".
A câmara ABC, que reúne exportadores de carne bovina da Argentina, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.