SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, criticou nesta sexta-feira a oposição da Argentina a acordos comerciais do Brasil com outros países e alertou que haverá um problema "seríssimo" se o governo vizinho não revir suas posturas em relação ao Mercosul.
"Nós não vamos sair do Mercosul, não, mas nós não vamos estar num Mercosul movido a ideologias", disse Guedes ao participar da reunião mensal na Comissão Temporária da Covid-19 no Senado.
"Nós é que não podemos deixar... que um veto... de um governo... é... argentino possa impossibilitar um acordo comercial nosso com o exterior", disse o ministro depois de falar sobre travas no acordo comercial com a União Europeia (UE).
"Nós queremos modernizar o Mercosul. E nós vamos ter um problema, porque a Argentina diz que ela exige poder de veto. () E o Brasil não vai parar porque tem um presidente da Argentina que exige um poder de veto, não", afirmou Guedes, dizendo contar com apoio de seus pares uruguaio e paraguaio.
As críticas de Guedes não foram direcionadas apenas à Argentina. O ministro reclamou ainda que o Brasil tem sido criticado na comunidade internacional por questões ambientais e/ou protecionistas.
"O que está acontecendo? Nos botaram de castigo. Seja pelo problema ambiental, seja pelo protecionismo, pouco importa, como somos Brasil."
"A verdade é que lá fora já tem quase que um julgamento e um veredicto contra o Brasil. () Há nações que são protecionistas e temem a potência, a competência do nosso agronegócio, e elas usam o ambiente como disfarce para no fazer um ataque comercial", completou Guedes, acrescentando que o país tenta fazer sua parte na preservação do meio ambiente.
(Por José de Castro)