Juros futuros recuam em meio a alívio do mercado com impasse entre Brasil e EUA

Publicado 07.08.2025, 16:58
Atualizado 07.08.2025, 17:00
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam em queda nesta quinta-feira, com perdas um pouco mais acentuadas em contratos de prazos mais longos, conforme os investidores se mostraram mais aliviados em relação ao impasse comercial entre Brasil e Estados Unidos, ainda que prevaleça um sentimento de cautela.

No fim da tarde, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,08%, ante o ajuste de 14,145% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,365%, ante o ajuste de 13,455%.

Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,46%, em baixa de 13 pontos-base ante 13,593% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,58%, com queda de 13 pontos ante 13,708%.

Ao longo último mês, desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou o Brasil com uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, o mercado doméstico tem permanecido atento às novidades sobre a questão comercial.

Os agentes financeiros temem os efeitos que a taxa de importação dos EUA possam ter sobre a economia brasileira, mas têm demonstrado maior alívio com a atual perspectiva para o impasse, mesmo com a entrada em vigor da tarifa de Trump na quarta-feira.

Uma notícia em particular que tem provocado algum otimismo entre investidores nacionais foi a confirmação pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de que terá uma conversa com o secretário dos EUA, Scott Bessent, na próxima quarta-feira, o que gera expectativa por um entendimento.

Mesmo assim, a cautela ainda prevalece. O mercado segue à espera da apresentação do plano de contingência do governo brasileiro para ajudar setores e empresas afetados pela tarifa dos EUA, com temores sobre potenciais impactos fiscais das medidas a serem anunciadas.

"Mercado tem adotado postura de cautela diante dos eventos domésticos e do exterior. Temos um alívio parcial com a sinalização de conversas, mas ainda seguem no radar os riscos associados à possibilidade de novas tarifas dos EUA", disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.

Ainda na cena doméstica, investidores avaliaram comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David.

Em evento promovido pela Porto Asset, David disse que a autarquia fez uma interrupção no ciclo de alta da taxa Selic, e não uma pausa, avaliando que o plano de combate à inflação está se desenrolando mais ou menos como o esperado.

No cenário externo, tarifas de Trump sobre dezenas de parceiros entraram em vigor nesta quinta, enquanto os agentes continuam ponderando sobre a possibilidade de o Federal Reserve retomar os cortes na taxa de juros a partir de setembro.

O rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha alta de 2 pontos-base, a 3,72%.

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