Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em mais uma crítica à forma como o Orçamento tem sido feito pelo Congresso, o ex-presidente e pré-candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relembrou o escândalo de desvio de verbas chamado de “Anões do Orçamento” e disse que nada havia mudado desde então.
“A Comissão de Orçamento é muito famosa desde que prenderam os sete anões. E de lá para cá não mudou nada”, disse Lula em conversa com artistas de Brasília em que criticava o chamado "orçamento secreto", criado pela atual Legislatura para distribuir recursos federais a redutos eleitorais de parlamentares sem deixar claro quem são os responsáveis pelas emendas.
No escândalo dos "Anões do Orçamento", ocorrido na década de 1990, se descobriu que parlamentares da Comissão do Orçamento apresentavam emendas destinadas a entidades de assistência social fantasmas e embolsavam os recursos.
Lula já havia feito críticas ao Congresso relacionadas ao Orçamento, em especial ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que é aliado do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).
“Se tem dinheiro para fazer essa podridão do orçamento secreto, porque não faz um Orçamento à luz do dia para que as pessoas saibam o que é feito com o dinheiro”, disse Lula nesta quarta.
“Vou tentar fazer o orçamento participativo em nível nacional. Não sei como pode ser feito, se vai ser fácil”, afirmou.
Nesta semana, o Congresso Nacional aprovou o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2023 sem a determinação para que as emendas de relator --conhecidas como "orçamento secreto"-- sejam impositivas.