(Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva(PT) afirmou nesta quarta-feira que, se eleito, pretende chamar a União Europeia para negociar uma "melhora" no acordo do bloco com o Mercosul, que foi fechado em 2019 mas está travado politicamente.
"Nós vamos chamar a União Europeia e vamos melhorar o acordo, e eu tenho fé que a gente vai anunciar esse acordo logo logo, mas com melhor qualidade para garantir que os países da América Latina possam ter política industrial", disse Lula em entrevista ao portal UOL.
"Eu já discuti muito isso com o Celso Amorim e tenho certeza que nós vamos avançar", disse o candidato à Presidência pelo PT citando seu principal assessor para política externa.
Na segunda-feira, a Reuters publicou declarações do ex-chanceler Amorim sobre os planos do petista em reabrir uma negociação com a UE para adicionar cláusulas sobre proteção ambiental, como desejam os europeus, mas também de direitos humanos e tecnologia.
“Não seria renegociar, que dá a impressão que vai começar do zero. Não é isso. Não é recomeçar do zero. Mas para nós certamente áreas como compras governamentais, serviços, propriedade intelectual, acho que merecem uma revisão em profundidade”, disse à Reuters Amorim, que foi chanceler de Lula durante seus dois mandatos como presidente, de 2003 a 2010.
Atualmente, o acordo UE-Mercosul está travado na Europa devido a preocupações com a destruição da Amazônia durante o governo do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A Argentina também já se declarou favorável à renegociação do acordo.
(Reportagem de Flávia Marreiro e Eduardo Simões)
Ouça o podcast do Investing.com sobre como adequar o portfólio diante da proximidade das eleições.