Por Giuseppe Fonte e Crispian Balmer
ROMA (Reuters) - A Itália aumentará os gastos para amenizar os estragos do coronavírus e pode restringir a movimentação ainda mais para frear sua proliferação, disse o primeiro-ministro, Giuseppe Conte, nesta quarta-feira, quando o total de mortes aumentou em 196 em 24 horas e chegou a 827.
Foi o maior aumento diário em termos absolutos registrado em qualquer lugar do mundo desde que o vírus surgiu na China no final do ano passado. Os casos confirmados em toda a Itália subiram para 12.462 em relação aos 10.149 anteriores.
Reconhecendo a emergência crescente, Conte disse aos repórteres que o governo alocará 25 bilhões de euros para ajudar a mitigar o impacto na economia já frágil --só uma semana atrás, ele estimou que o país precisaria de apenas 7,5 bilhões de euros.
Como uma interdição inicial no norte não conteve a disseminação, na segunda-feira o governo proibiu todas as viagens não essenciais e as aglomerações públicas em toda o país até 3 de abril, suspendeu todos os eventos esportivos e prorrogou o fechamento das escolas.
As medidas não chegaram a interromper os trens e o transporte público, como a China fez em Wuhan, o epicentro do coronavírus, mas chefes regionais do norte italiano exortaram o governo a seguir o exemplo chinês e impedir a maioria das atividades cotidianas.
Os idosos são particularmente suscetíveis ao vírus, e a Itália tem a população mais idosa da Europa, com 23% das pessoas com 65 anos ou mais. Especialistas dizem que isso pode explicar por que a taxa de fatalidade ali é de 6,6% --significativamente mais alta do que em outros lugares.
A maioria dos italianos parece estar respeitando os controles mais severos adotados em uma nação ocidental desde a Segunda Guerra Mundial, já que o tráfego está muito mais tranquilo do que o normal nas grandes cidades, muitas lojas e restaurantes estão fechados e só alguns voos estão operando.
(Por Giuseppe Fonte, Giulia Segreti, Angelo Amante e Francesca Piscioneri)