FRANKFURT (Reuters) - O novo governo da Alemanha escolheu Joachim Nagel, banqueiro central de carreira com laços com o partido governista Social Democrata, como próximo chefe do banco central, o Bundesbank, disse nesta segunda-feira o ministro das Finanças, Christian Lindner.
Nagel, ex-membro da diretoria do Bundesbank, vai substituir em 1° de janeiro Jens Weidmann, que deixa o cargo cinco anos antes do fim de seu mandato depois de uma década de oposição infrutífera à política de estímulo agressiva do Banco Central Europeu (BCE), de juros abaixo de zero e fortes compras de títulos do governo.
O economista de 55 anos assumirá o maior banco nacional da zona do euro num momento tenso. A inflação está em mais de duas vezes a meta de 2% do BCE, e lados opostos dentro do Conselho do banco têm visão distinta sobre sua provável evolução.
"Diante dos riscos de inflação, a importância de uma política monetária orientada para a estabilidade está crescendo", disse Lindner no Twitter. "Nagel é uma pessoa experiente, que garante a continuidade no Bundesbank."
Weidmann se opôs sem sucesso à decisão do BCE em sua última reunião, na quinta-feira, de ampliar o estímulo sob um programa de compras de títulos existente desde antes da pandemia, e alertou que a inflação pode superar as projeções benignas do BCE.
Ex-membro do conselho do banco de desenvolvimento estatal KfW Bank, Nagel trabalha atualmente no Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), considerado o banco central dos bancos centrais.
Na sua carreira ele ainda foi consultor do SPD, partido que assumiu o governo neste mês e terá a indicação ao comando do Bundesbank como uma de suas primeiras decisões.
(Reportagem de Riham Alkousaa e Balazs Koranyi)