BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Política Econômica do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, reconheceu nesta quarta-feira que o país enfrenta um cenário desafiador em termos inflacionários, afirmando ser provável que a inflação registre um pico nos meses de junho e julho.
Em participação em evento remoto promovido pelo Brazil-Florida Business Council, Sachsida afirmou que o ministério tem trabalho fortemente para trazer a inflação de volta à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2021 ao fim do ano.
"No momento, temos alguns problemas com a inflação, eu entendo, e provavelmente a inflação atingirá o pico em junho e julho. No entanto, estamos trabalhando muito para que a inflação fique dentro da meta até o final do ano", disse o secretário.
"Eu estou muito certo de que o Banco Central irá fazer sua parte para reduzir a inflação, e nós, aqui no governo, iremos fazer a mesma coisa", pontuou, também defendendo o processo de consolidação fiscal como forma de ancorar expectativas e reduzir as projeções para a carestia.
A inflação oficial do Brasil disparou em maio acima do esperado e atingiu o nível mais elevado para o mês em 25 anos sob pressão da energia elétrica, ultrapassando em 12 meses 8% num momento de atenção ao cenário inflacionário e de aperto da política monetária.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a alta a 0,83% em maio depois de subir 0,31% em abril, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta.
A meta oficial para este ano prevê uma inflação de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para cima ou baixo.
(Por Gabriel Ponte)