BRASÍLIA (Reuters) - A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira uma operação que tem o objetivo de desarticular organização criminosa composta por brasileiros e venezuelanos que seria responsável pelo comércio ilegal de ao menos 1,2 tonelada de ouro.
Em nota, a PF informou que mais de 150 policiais cumprem 17 mandados de prisão preventiva, 5 de prisão temporária, 48 de busca e apreensões e 15 bloqueios de bens no valor de até 102 milhões de reais, nos Estados do Amazonas, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima e São Paulo.
As investigações, que começaram em 2017, apontam que o grupo criminoso, residindo em Roraima, compraria ilegalmente ouro extraído de garimpos clandestinos do Estado e também de garimpos da Venezuela, segundo a PF.
O esquema, disse a PF, contaria com a ajuda de alguns servidores públicos que integrariam a organização criminosa e receberiam propinas para tentar dar um aspecto de legalidade ao metal por meio da emissão de documentos falsos por empresas de fachada.
O ouro, então, seria comercializado para uma empresa especializada na recuperação de minérios, localizada no interior de São Paulo.
"Mesmo com os latentes indícios de irregularidades acerca da origem do minério, a empresa o receberia e venderia para o exterior", disse a PF no comunicado.
Apenas no ano de 2018, segundo as investigações, a empresa que recebia o ouro em São Paulo teria exportado mais de 1 bilhão de reais em ouro e mais que triplicado seu faturamento nos últimos três anos.
(Por Ricardo Brito)