RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu para fins e extradição na segunda-feira em Paraty, no Rio de Janeiro, um ex-oficial da Marinha da Argentina, de 69 anos, acusado de crimes contra a humanidade e sequestro, informou a PF em nota divulgada nesta terça-feira.
"O ex-militar argentino é suspeito de fazer parte da equipe de operações do Grupo de Tarefas da ESMA (Escola Mecânica Armada da Marinha Argentina). Na Argentina, o grupo foi responsabilizado por assassinatos de estudantes, sindicalistas e políticos de oposição, cujos corpos teriam sido jogados ao mar nos chamados 'voos da morte'", afirmou a Polícia Federal sem revelar o nome do ex-militar.
A Polícia Federal não divulgou o nome do ex-militar, mas duas fontes com conhecimento do assunto disseram à Reuters se tratar de Gonzalo Sánchez, conhecido como "El Chispa".
A ESMA foi um dos principais centros de detenção, tortura e extermínio de dissidentes políticos durante a ditadura militar argentina entre 1976 e 1983.
Segundo a nota da PF, o ex-militar era procurado pela Interpol e já havia sido preso para fins de extradição em 2013, em Angra dos Reis, também no Rio de Janeiro, mas uma decisão judicial o colocou em prisão domiciliar. Em 2019, por sua vez, o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou sua extradição e, desde então, ele estava foragido.
Sánchez foi preso em Angra dos Reis em 2013 e posteriormente teve a extradição autorizada pelo Supremo.
(Por Rodrigo Viga Gaier; Reportagem adicional de Eduardo Simões, em São Paulo; Edição Paula Arend Laier)