BRASÍLIA (Reuters) - O novo presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, defendeu nesta sexta-feira uma reconstrução do órgão de pesquisa após “marcha da insensatez” do governo Jair Bolsonaro e deterioração do quadro de pessoal do órgão.
Sua cerimônia de posse em Brasília contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra do Planejamento, Simone Tebet, que fez elogios ao currículo do economista.
De acordo com Tebet, o novo presidente do IBGE está pronto para servir, ressaltando que “seu currículo já fala por si” e que ele “tem robusta formação acadêmica”.
A indicação de Pochmann levantou críticas de alguns economistas e analistas de mercado, sob alegado receio de que a gestão do IBGE poderia passar a ser ideologizada e assumir caráter heterodoxo.
Ex-presidente da Fundação Perseu Abramo, vinculada ao PT, Pochmann comandou o Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) durante governos petistas e foi alvo de críticas pelo que alguns consideraram uma gestão "ideológica" da instituição.
Após relatos de insatisfações de membros do Ministério do Planejamento com a indicação de Pochmann, Tebet afirmou que no governo Lula “não há dois caminhos” e “todos caminham juntos em um mesmo objetivo".
Ela afirmou ainda que os dados do IBGE mostram que o Brasil está envelhecendo rapidamente e envelhecendo mal, destacando que o crescimento populacional está caindo, vindo em 0,5% ao ano na última década.
Pochmann, por sua vez, pediu que o IBGE recupere seu protagonismo e que sua recuperação é urgente após período de rebaixamentos salariais e concursos congelados. Ele também defendeu um Estado indutor de políticas públicas.
(Por Bernardo Caram)