Investing.com – A situação das contas públicas brasileiras segue no radar de investidores e economistas no cenário internacional, mesmo com o anúncio de bloqueio de gastos do governo. Com as críticas à política fiscal doméstica, o economista Robin Brooks entende que há justificativa, em grande parte, mas a política seria igualmente ruim nos governos do ex-presidente Jair Bolsonaro e do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Brooks é membro sênior do The Brookings Institution e ex-economista-chefe do Institute of International Finance (IIF). O especialista já foi economista sênior do Fundo Monetário Internacional (FMI) e estrategista do banco Goldman Sachs (NYSE:GS), apelidado nas redes sociais de “careca do Goldman”.
“O Brasil é criticado por sua política fiscal. Muito disso é justificado, mas a política recente é igualmente ruim, quer você olhe para Lula ou Bolsonaro. O déficit primário - que é uma verdadeira política discricionária - é pouco diferente entre os dois. A grande deterioração foi há uma década”, destacou Brooks em publicação na rede social X.
Em publicação recente, Brooks disse que os mercados passaram a se lembrar dos aspectos positivos do Brasil, enquanto, no final de julho, havia afirmado que o país estava de volta ao “fundo do pelotão”, diante da disparada do dólar frente ao real, com performance ruim frente a outras moedas de mercados emergentes.
Em junho, Brooks também usou as redes sociais para alertar sobre os impactos de aumentos no gasto público. Desde a eleição de Lula, os mercados estariam cautelosos com ações que prejudiquem a independência da autoridade monetária brasileira que visassem criar mais espaço fiscal, disse o economista. “A Turquia tentou isso e se explodiu completamente. Não faça isso, Brasil”, completou.