Por James Oliphant e Simon Lewis
ATLANTA (Reuters) - Os pré-candidatos presidenciais democratas fizeram coro ao apoiar o inquérito de impeachment contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um debate realizado na quarta-feira, que expôs diferenças em propostas, mas poucos dos ataques violentos que marcaram embates anteriores.
Durante o quinto debate da disputa democrata para escolher um rival para Trump na eleição de novembro de 2020, os 10 postulantes divergiram a respeito do sistema de saúde e da taxação dos ricos, mas se mostraram educados na maior parte do tempo, preferindo lançar críticas pesadas contra Trump, um republicano.
A senadora Elizabeth Warren, progressista que apresentou planos ambiciosos para taxar a riqueza e criar um plano de saúde administrado pelo governo, e Pete Buttigieg, prefeito de 37 anos de South Bend, em Indiana, que vem crescendo nas pesquisas, escaparam das críticas recorrentes de seus adversários.
Buttigieg, que tenta se tornar o primeiro presidente abertamente gay dos EUA, foi pressionado devido à sua incapacidade de conquistar votos dos afro-norte-americano --um eleitorado crucial para os democratas-- e traçou um paralelo com sua homossexualidade.
"Não tenho a experiência de ter sido discriminado por causa da cor da minha pele", disse Buttigieg. "Mas tenho a experiência de me sentir um estranho em meu próprio país, de acompanhar o noticiário e ver meus próprios direitos serem tema de debate".
Ele também defendeu sua inexperiência relativa, dizendo que não é a experiência tradicional do establishment de Washington, mas "a experiência certa para enfrentar Donald Trump".
A senadora Amy Klobuchar, que havia questionado se uma mulher com a experiência de Buttigieg chegaria ao palco do debate, disse que ele merecia estar ali, mas que existem dois pesos e duas medidas quando se trata de mulheres no páreo.
"Senão poderíamos jogar um jogo chamado 'Identifique sua presidente favorita'", disse ela -- nenhuma norte-americana ocupou a Presidência.
Horas após o quarto dia de audiências públicas sobre o impeachment no Congresso, os pré-candidatos atacaram Trump várias vezes e disseram que os esforços do presidente para pressionar a Ucrânia a investigar o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos mais bem posicionados na corrida presidencial democrata, são um exemplo da corrupção do governo.
Eles ainda disseram que as ações de Trump obrigaram os parlamentares a responsabilizá-lo.