Por Stephanie Kelly
NOVA YORK (Reuters) - Os preços do petróleo despencavam nesta segunda-feira, com os contratos futuros do WTI --valor de referência nos Estados Unidos-- recuando mais de 50%, para o menor nível da história, à medida que investidores se preocupam com a falta de locais de armazenamento e dados da Alemanha e do Japão indicam um cenário sombrio para a economia global.
O petróleo Brent recuava 1,34 dólar, ou 4,77%, a 26,74 dólares por barril, às 13:52 (horário de Brasília). O petróleo dos EUA caía 10,43 dólares, ou 57,09%, a 7,84 dólares por barril.
Os preços têm sido pressionados há semanas, com a pandemia de coronavírus destruindo a demanda pela commodity.
A Arábia Saudita e a Rússia até chegaram a um acordo há mais de uma semana para cortar a oferta de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia, mas isso não deve fazer com que o excesso de oferta global seja reduzido rapidamente.
Os valores do petróleo Brent colapsaram em cerca de 60% desde o início do ano, enquanto o petróleo dos EUA recuou cerca de 85% no período, para níveis muito abaixo do ponto de equilíbrio (o chamado "break-even") necessário a muitos produtores de "shale" (petróleo não convencional). Isso levou à interrupção de perfurações e a drásticos cortes de gastos.
Sendo negociados a cerca de 8 dólares por barril, os futuros do WTI atingiam o menor nível da história. Analistas disseram que as liquidações foram intensificadas pela iminente expiração do contrato de primeiro mês.
O spread entre os contratos de primeiro e segundo mês do WTI figurava em torno de 14 dólares, o maior da história, conforme o vencimento junho --o mais ativo-- recuava cerca de 9%, a 22,76 dólares o barril.
(Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York, com reportagem adicional de Bozorgmehr Sharafedin em Londres, Florence Tan em Cingapura e David Gaffen em Nova York)