BUDAPESTE (Reuters) - A Hungria apoiou as sanções da União Europeia contra a Rússia, mas sua própria economia também será inevitavelmente afetada por elas, disse o primeiro-ministro Viktor Orbán a uma rádio estatal nesta sexta-feira.
Orbán afirmou que o primeiro golpe na economia húngara foi o fechamento das operações do Sberbank na Europa no início desta semana, em que muitos clientes, incluindo empresas, perderam seu dinheiro.
"As sanções têm um preço, pois são uma arma de dois gumes, e pagaremos esse preço no curto prazo", disse Orbán em entrevista, acrescentando que o governo teve que trabalhar para mitigar os danos diretos das medidas contra a Rússia.
"Este é apenas o começo desta crise", completou. Orbán enfrenta eleições parlamentares em 3 de abril em busca de um quarto mandato consecutivo.
O Banco Nacional da Hungria retirou a licença da unidade do Sberbank depois que o Banco Central Europeu ordenou o fechamento de sua controladora europeia. Depósitos de clientes no valor de até 100.000 euros serão reembolsados pelo Fundo Nacional de Seguro de Depósitos.
Orbán também disse que o aumento dos preços da energia na Europa alimentará pressões inflacionárias adicionais que o banco central e o governo terão que lidar.
Segundo ele, cerca de 70% a 80% das cerca de 140.000 pessoas que fugiram da Ucrânia e chegaram à Hungria foram para outros países, mas muitos ficaram – e para quem a Hungria gostaria de oferecer empregos.
(Reportagem de Krisztina Than)