Por Alexander Villegas
SANTIAGO (Reuters) - O presidente chileno, Gabriel Boric, que assumiu o cargo na semana passada, disse nesta segunda-feira que seu governo vai equilibrar os planos de expansão dos programas sociais sem deixar de ser fiscalmente responsável, em uma mensagem provavelmente destinada ao empresariado local e a investidores globais.
"Temos que ter muito cuidado com os gastos públicos", disse Boric, observando que seu governo respeitará o equilíbrio fiscal do país.
"Os gastos permanentes têm de ser financiados com receitas permanentes", acrescentou Boric.
Com uma economia frágil, inflação alta, impactos da pandemia e incerteza mundial sobre a guerra na Ucrânia, Boric disse que planeja alcançar seus objetivos econômicos por meio de um projeto de reforma tributária que espera aumentar a receita em 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Boric, um ex-líder de protesto estudantil de 36 anos, moderou a retórica antimercado da campanha eleitoral do ano passado. Ele disse que está convidando todos os setores da sociedade chilena - incluindo trabalhadores, empresas e outros setores - para participar das discussões sobre a reforma tributária.
"Não vamos dizer que esta reforma é contra os mais ricos", afirmou Boric. "A reforma tributária tem que ter uma alta qualidade técnica, mas também, espero, o maior consenso."
Ao longo de sua primeira entrevista coletiva com a mídia internacional no palácio do governo de La Moneda, Boric enfatizou seu desejo de cooperação regional. Ele disse que sua primeira viagem internacional será para a vizinha Argentina.
"Não será apenas simbólico, mas algo que se traduzirá em colaborações concretas, como facilitar as passagens de fronteira, investimentos", disse Boric.