PARIS (Reuters) - A União Europeia deverá produzir menos carne, vinho e açúcar e cultivar mais proteínas na próxima década, uma vez que as preocupações com a saúde, o meio ambiente e o bem-estar animal continuarão a influenciar o consumo, informou a Comissão Europeia na quinta-feira.
A produção de culturas como cereais e oleaginosas será limitada pela mudança climática e pelas restrições a pesticidas, e a demanda de grãos será mais voltada para as exportações, à medida que o uso de biocombustível e ração para pecuária diminuir, disse a comissão em um relatório.
A produção agregada de carne da UE deverá cair quase 5% até 2035, em comparação com a média de 2021-2023, liderada por um declínio potencial de cerca de 9% na produção de carne bovina e suína, disse a comissão em uma perspectiva agrícola anual de médio prazo.
Ela projetou uma queda de 7% no consumo per capita de carne bovina e suína na UE durante o período.
Uma tendência na Europa de consumir menos açúcar e beber menos vinho também teria um impacto significativo nesses setores.
A produção de vinho deverá cair cerca de 7% até 2035, embora as exportações continuem a aumentar, ainda que mais lentamente do que antes, segundo a Comissão.
A produção de açúcar diminuiria em quase 1%, mas seria parcialmente compensada por um aumento previsto para o adoçante isoglucose.
A queda prevista no consumo de açúcar reduziria as importações da UE, acrescentou a Comissão.
A produção de soja e leguminosas da UE deverá aumentar em 30% e 42%, respectivamente, apoiada por dietas à base de proteínas vegetais e preocupações com o desmatamento em produtos importados, afirmou.
Em relação às principais culturas agrícolas da UE, a produção de trigo soft seria pouco alterada até 2035, com 128,5 milhões de toneladas métricas, enquanto a demanda de exportação deverá compensar o menor uso na ração na UE.
(Reportagem de Gus Trompiz)