Por William Schomberg e Giuseppe Fonte
LONDRES/ROMA (Reuters) - O Reino Unido anunciou munição de 39 bilhões de dólares para amenizar o impacto econômico do coronavírus depois que o banco central britânico cortou sua taxa de juros nesta quarta-feira, enquanto a Itália, o país mais afetado fora da China, disse que pode apertar ainda mais os freios já draconianos.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que durante semanas minimizou a gravidade da doença e culpou "fake news" por sua disseminação, disse na terça-feira que pedirá ao Congresso um corte de impostos para trabalhadores e outros movimentos "muito importantes" para ajudar a economia, mas os detalhes não estavam claros.
O coronavírus, que surgiu na China em dezembro, se espalhou pelo mundo, paralisando a indústria, reduzindo vôos, fechando escolas e forçando o adiamento de eventos esportivos e shows. Até os Jogos Olímpicos de Tóquio estão sob risco.
O Ocidente assistiu em choque as infecções aumentarem na Itália, Irã, França e Espanha, após um crescimento mais moderado em outros lugares. A chanceler alemã, Angela Merkel, disse que até 70% da população provavelmente está infectada porque o vírus está se espalhando pelo mundo na ausência de cura.
O banco central britânico juntou-se ao de muitos outros países na redução dos juros, em meio ponto percentual, e anunciou o apoio a empréstimos bancários.
O Reino Unido também lançou um plano de estímulo econômico de 30 bilhões de libras (cerca de 39 bilhões de dólares), e o novo ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak disse que a economia enfrenta um "impacto significativo" da propagação do vírus, mesmo que temporário.
Ele anunciou um pacote de medidas para ajudar as empresas a enfrentar uma contração no fluxo de caixa, incluindo a suspensão de um ano do imposto sobre a propriedade pago por firmas menores. O sistema de saúde e outros serviços públicos receberão um extra de 5 bilhões de libras para ajudar a combater a propagação do coronavírus.
Na semana passada, o gabinete italiano havia dito que precisaria de apenas 7,5 bilhões de euros para combater o vírus, mas desde então a emergência aumentou e o país, já próximo da recessão, está em quarentena.
O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, destinou nesta quarta-feira 28,3 bilhões de dólares para aliviar o impacto econômico. Ele disse que restrições já rígidas ao movimento podem ser mais apertadas depois que a região norte da Lombardia, onde fica a capital financeira da Itália, Milão, pediu que todas as lojas fechassem e que o transporte público fosse suspenso.
"Estamos prontos para ouvir pedidos da Lombardia e de outras regiões", disse Conte. "O principal objetivo é proteger a saúde dos cidadãos, mas devemos levar em conta que existem outros interesses em jogo. Devemos estar cientes de que existem liberdades civis que estão sendo violadas, sempre devemos proceder com cuidado."
A recuperação das ações perdia força nesta quarta-feira, apesar da ação do Banco da Inglaterra. Os mercados estão agora precificando integralmente um corte adicional de juros de 10 pontos-base pelo Banco Central Europeu quando se reunir na quinta-feira.