Por Marc Jones e Dhara Ranasinghe
LONDRES (Reuters) - O presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, disse que o comércio global e outros riscos permanecem altos para a economia norte-americana, que pode desacelerar mais acentuadamente do que o esperado.
Como resultado, o Fed "pode optar por fornecer afrouxamento adicional daqui para frente, mas as decisões serão tomadas a cada reunião", disse ele em uma conferência em Londres nesta terça-feira.
Bullard não discutiu especificamente o acordo comercial preliminar alcançado entre os Estados Unidos e a China na semana passada, enfatizando em vez disso que a incerteza em torno do comércio global provavelmente irá durar, potencialmente por anos.
Ameaças e contra-ameaças diárias na guerra comercial, ou anúncios ou rejeições de acordos provisórios, "são apenas as manifestações das negociações em andamento e as manifestações da incerteza do regime comercial", afirmou Bullard.
Bullard também esboçou o manual do Fed para lidar com uma potencial "recessão comum". Ele disse que as opções de reduzir a taxa de empréstimos para zero, retomar a compra de ativos e fornecer promessas de uma política de sustentação ainda são medidas "de ponta".
Mas as taxas de juros negativas, adotadas em grande parte da Europa e no Japão desde a crise financeira global, não estão na lista.
"Não sou fã dessa política, as taxas de juros negativas tiveram resultados mistos onde foram tentadas", disse ele a repórteres, acrescentando que não está claro como os mercados de vários trilhões de dólares dos EUA iriam se adaptar a essa política.
Bullard é em geral considerado como uma das autoridades mais 'dovish' do Fed. Quando o banco central reduziu os juros em 0,25 ponto percentual em setembro, ele defendeu um corte mais acentuado de 0,5 ponto.
No entanto, em seu discurso nesta terça-feira, ele sinalizou que, se os riscos enfrentados pela maior economia do mundo forem exagerados, o Fed poderá começar a aumentar as taxas novamente no próximo ano.