Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA (Reuters) - O Senado aprovou nesta terça-feira requerimento de convite ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para que comente as declarações dadas sobre a decisão da Casa de rejeitar veto presidencial que impedia o reajuste de determinadas categorias do serviço público.
O requerimento, que tem como um dos autores o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), refere-se a falas do ministro logo após os senadores decidirem barrar o veto do presidente Jair Bolsonaro, na semana passada.
Na ocasião, o ministro afirmou que "o Senado deu hoje um sinal muito ruim permitindo que justamente os recursos que foram para a crise da saúde possam se transformar em aumento de salários, isso é um péssimo sinal. Isso tem efeito sobre a taxa de juros, muito ruim, muito ruim".
Depois da votação do Senado pela derrubada do veto, a Câmara acabou mantendo a proibição ao reajustes salariais de servidores públicos até o fim de 2021. A proibição fora acertada como contrapartida ao auxílio federal de 60 bilhões de reais repassado a Estados e municípios para o enfrentamento da crise do coronavírus.
Após a aprovação do convite, o presidente do Senado disse que os senadores estão muito incomodados com as declarações de Guedes e destacou que o encontro será a oportunidade de apresentar o que "o Senado tem feito pelo país, pelo governo e pelos brasileiros".
"O Senado não merece ser atacado e ser agredido, como uma instituição que só tem ajudado e colaborado com o Brasil", disse. "Portanto, houve esse sentimento de revolta dos senadores mas acho que isso é um episódio que já foi superado. Mas ele tem que vir aqui ao Senado Federal trazer uma mensagem de respeito a esta Casa e acima de tudo, de reconhecimento que a gente tem colaborado com o Brasil".