A Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos) estima que a tragédia no Rio Grande do Sul provocará um prejuízo de R$ 8 bilhões no setor. A projeção foi dada pelo presidente da entidade, Doreni Caramori Jr., nesta 4ª feira (22.mai.2024).
“Se partirmos de uma projeção de que só o core business [atividade central de uma organização] do setor movimente cerca de R$ 75 bilhões este ano, é possível calcular um impacto aproximado de 8 bilhões nesta projeção”, disse Caramori.
Por outro lado, o empresário acredita que o retorno das atividades será mais rápido que na pandemia da covid, quando o setor de eventos foi um dos últimos a ser normalizado.
“O setor de eventos, naquele período, foi taxado como um grande vilão, em função das aglomerações. Nesse caso do Rio Grande do Sul, não se aplica essa regra. A única regra que faz o segmento de eventos ter um impacto maior do que os outros é que é uma atividade em que a realização e as compras são planejadas”, disse.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, há 4.471 empresas do segmento no Estado. Só Porto Alegre concentra 1.175 delas, sendo a 9ª cidade do país no número de empresas. Ao todo, são 7.829 empregos no setor gaúcho.
As chuvas começaram a se intensificar no Rio Grande do Sul em 28 de abril. Segundo o último boletim da Defesa Civil do Estado, as enchentes já deixaram 162 mortos. Ainda há 75 desaparecidos. Além disso, estima-se que 2,3 milhões de pessoas e 467 municípios tenham sido afetados.
PL DESOBRIGA REEMBOLSO IMEDIATO
A Câmara dos Deputados aprovou nesta 4ª feira (22.mai) o PL (Projeto de Lei) 1564 de 24, que possibilita a empresas de turismo e cultura contratadas previamente à tragédia reembolsem clientes até 2025. Eventos e serviços podem ser remarcados.
As regras se aplicam a cinemas, teatros e plataformas digitais de vendas de ingressos pela internet, a prestadores de serviços culturais e turísticos e a empresas que prestam serviços de turismo.
Para o presidente da Abrape, o texto tem o intuito de regular a situação dos eventos cancelados ou adiados e atenuar o prejuízo das empresas.
“É de extrema importância, pois tira a pressão exclusiva do setor de ter que devolver o recurso de um evento que não aconteceu, não por culpa do setor, mas por questões climáticas”, disse.