Por Brendan O'Brien
CHICAGO (Reuters) - Os contratos futuros da soja negociados em Chicago subiram mais de 1% nesta terça-feira, devido a preocupações de que as condições climáticas adversas tenham afetado as plantações no Brasil, enquanto o mercado também recebeu suporte de uma nova rodada de vendas privadas pelos exportadores dos EUA.
O trigo de Chicago também subiu mais de 2%, recuperando-se das mínimas da segunda-feira, enquanto o milho caiu devido à grande oferta.
O contrato janeiro da soja saltou 16,75 centavos, fechando a 13,465 dólares por bushel. A soja foi apoiada pelas condições climáticas no Brasil, que estão ameaçando as colheitas, já que um recente período de chuvas não diminuiu as preocupações com o clima quente e seco nas principais áreas de cultivo.
"Para a soja, o mercado pode estar um pouco sobrevendido e há incertezas relacionadas ao clima nas áreas do norte do Brasil e da Argentina", disse Bill Lapp, da Advanced Economic Solutions.
Os agricultores brasileiros devem colher 155 milhões de toneladas de soja no ciclo 2023/24, 10 milhões de toneladas abaixo das expectativas iniciais, depois que uma seca afetou os agricultores do Estado de Mato Grosso, disse um consultor da MB Agro nesta terça-feira.
A previsão ficou abaixo das 163 milhões de toneladas esperadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
A soja também foi apoiada pela confirmação do USDA de que exportadores norte-americanos venderam 123.300 toneladas da safra para destinos desconhecidos para entrega em 2023/24.
Enquanto isso, o contrato março do milho caiu 1,75 centavo, para 4,735 dólares o bushel. Durante as negociações, o março do milho caiu para uma mínima contratual de 4,71 dólares por bushel. O mercado permaneceu limitado pela chegada de uma safra abundante nos EUA.
O março do trigo da CBOT terminou em alta de 11 centavos, a 5,72 dólares por bushel, depois de ter chegado mais cedo a um centavo da mínima do contrato do dia anterior.
Na segunda-feira, o USDA classificou 50% da safra de trigo de inverno dos EUA em condições boas a excelentes, 2 pontos percentuais acima da semana passada e uma melhora maior do que a esperada pela maioria dos analistas.
(Reportagem adicional de Gus Trompiz em Paris e Naveen Thukral em Cingapura)