SÃO PAULO (Reuters) - A produção brasileira de milho segunda safra 2022/23 deve alcançar 100,54 milhões de toneladas, estimou nesta segunda-feira a StoneX com um pequeno ajuste negativo ante a projeção anterior, mas a consultoria elevou a colheita total no Brasil a um recorde de 131,34 milhões de toneladas por resultados melhores na colheita de verão.
Anteriormente, a produção total do país estava estimada em 130,6 milhões de toneladas, segundo levantamento publicado no mês passado. Se confirmada, a nova previsão também representará um avanço ante os 123,51 milhões colhidos em 2021/22.
No caso da safra de verão de milho 2022/23, a StoneX elevou sua estimativa de produção para 28,6 milhões de toneladas, um aumento de 3,8% em relação ao seu relatório de março, diante de uma melhora vista nos Estados do Sul.
"A colheita está em sua reta final e foi possível observar produtividades maiores do que as previamente esperadas no Paraná e Santa Catarina."
No Maranhão, Tocantins, Piauí e Pará, o bom volume de chuvas ao longo das últimas semanas melhorou as condições hídricas das lavouras, resultando em expectativas mais favoráveis para a produção na região, disse a consultoria.
Por outro lado, as projeções para a área plantada na "safrinha" diminuíram, afetando a expectativa de produção do ciclo que concentra cerca de 75% do milho colhido no Brasil.
"Grande parte da contração observada pode ser atribuída ao corte realizado no Paraná, onde o atraso no plantio deverá resultar em uma área e produtividade média menores que as esperadas anteriormente, com a janela da semeadura sendo ultrapassada", afirmou o analista de inteligência de mercado da StoneX João Pedro Lopes.
O grupo também revisou para baixo a área plantada de Minas Gerais, motivado pelo receio com o clima e a expectativa menos favorável para os estados do Maranhão, Tocantins e Piauí, que tiveram o plantio prejudicado pelo excesso de umidade.
A queda mensal na previsão para a segunda safra não foi maior em função de perspectivas mais favoráveis para Mato Grosso, São Paulo e Pará, mas a "safrinha" ainda crescerá 6% ante o ciclo anterior.
EXPORTAÇÃO
Do ponto de vista da demanda, a consultoria também revisou em 1 milhão de toneladas as expectativas para as exportações de milho em 2022/23, para 48 milhões de toneladas. No ciclo anterior, os embarques ficaram em 46,63 milhões.
"Existem alguns fatores que devem estimular a procura internacional pelo grão do Brasil, considerando os problemas enfrentados pela safra argentina, a imprevisibilidade ligada aos embarques ucranianos e o acordo para exportação do milho brasileiro para a China", pontuou.
Além disso, a demanda doméstica pode alcançar 81 milhões de toneladas, versus 76,50 milhões de toneladas no ano passado. O cereal é um dos principais insumos utilizados na indústria de carnes, como ração animal.
(Reportagem de Nayara Figueiredo)