SÃO PAULO (Reuters) - A francesa Tereos movimentou 955 mil toneladas de açúcar em 12 meses até novembro deste ano pela rota ferroviária que leva o produto para exportação em Santos (SP), aumento de 30,6% ante o mesmo período anterior, quando a empresa ainda não contava com todas as melhorias em ativos logísticos que receberam investimentos feitos em parceria com a VLI.
O crescimento nos volumes movimentados, que têm como destino final o Tiplam, terminal de exportação de açúcar e grãos da VLI no porto de Santos, ocorreu apesar de uma quebra de safra de cana devido à seca e geadas.
O Tiplam é responsável pela exportação de 25% de todo o açúcar brasileiro via Santos, o principal porto para a commodity no país. No complexo portuário, a integração com o modal ferroviário e a chegada de 100% da carga exportada pelos trilhos tornam o processo de escoamento mais ágil.
"Além do aumento do potencial de volume a ser exportado e do ganho de eficiência nas operações, a parceria com a VLI também vem ao encontro das iniciativas da Tereos em sustentabilidade, já que com o transporte ferroviário, reduzimos as emissões de gases de efeito estufa", disse o diretor-presidente da Tereos no Brasil, Pierre Santoul.
A eficiência aumentou após VLI e Tereos inaugurarem dois armazéns de açúcar construídos nos terminais de Santos e na cidade de Guará (SP), frutos da parceria estabelecida pelas empresas, no valor de 205 milhões de reais, com capacidade para 240 mil toneladas.
Os terminais não são de uso exclusivo da Tereos, mas o investimento garantiu à empresa sucroenergética a possibilidade de usar a capacidade estática de armazenagem nos ativos operados pela VLI.
"Este fluxo simboliza tanto a integração de modais quanto o atendimento desde a origem da carga até o porto, diretrizes logísticas sob as quais a atuação da VLI é embasada", disse diretor Comercial da VLI, Sebastião Furquim, em nota divulgada primeiro à Reuters.
As construções fazem parte do acordo de longo prazo assinado pelas duas empresas em junho de 2018, com investimentos de 145 milhões de reais por parte da Tereos e 60 milhões de reais pela VLI, e que prevê uma capacidade de transporte de 1 milhão de toneladas de açúcar bruto por ano.
Em maio de 2019, a Tereos, hoje uma das principais clientes da VLI em açúcar, já começou a embarcar o volume integral do seu produto pelo sistema ferroviário integrado.
A VLI explicou que com o novo armazém em Guará aumentou em 300% a capacidade do ativo. Já no Tiplam, onde dois armazéns eram utilizados, agora há um terceiro.
"Antes dos dois novos armazéns, a operação funcionava em um equilíbrio próximo do 1 para 1. Ou seja, para entrar carga nova no sistema, quantidade similar seguia o fluxo. Agora foi expandida substancialmente a capacidade dentro deste sistema, sendo possível ter uma flexibilidade muito maior nas operações", destacou.
(Por Roberto Samora)