Por Steve Holland e Jeff Mason e Makini Brice
WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou nesta sexta-feira uma emergência nacional devido ao rápido crescimento do coronavírus, abrindo a porta para fornecer o que ele disse ser cerca de 50 bilhões de dólares em ajuda federal para combater a doença, e afirmou que "provavelmente" será testado para o vírus logo depois de enfrentar uma possível exposição.
Trump fez o anúncio em uma entrevista coletiva nos jardins da Casa Branca, enquanto esforçava-se para mostrar aos norte-americanos que ele está lidando agressivamente com a crise de saúde depois de aparentar minimizar a ameaça durante semanas.
"Pode piorar. As próximas oito semanas serão críticas", disse Trump.
Trump apareceu no palco com membros de sua força-tarefa sobre o coronavírus e executivos empresariais depois de encontrá-los na Casa Branca sobre como acelerar o teste dos norte-americanos para o vírus, a fim de rastrear melhor a propagação do contágio.
Apertando as mãos livremente dos executivos reunidos, Trump, de 73 anos, reconheceu mais tarde que esperava fazer o teste para o vírus.
No sábado passado, ele entrou em contato com uma autoridade brasileira, cujo teste, posteriormente, deu positivo para o coronavírus.
"Muito provavelmente, sim, muito provavelmente. Não por esse motivo, mas porque acho que farei de qualquer maneira", disse Trump. "Em breve. Estamos trabalhando em um cronograma."
"Não tenho nenhum sintoma", disse ele a uma pergunta sobre se deveria fazer um teste.
Trump disse que o CEO do Walmart, Doug McMillon, tinha concordado em montar testes, via drive-thru, em estacionamentos das lojas em todo o país e que o Google, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), criará um site para ajudar a determinar se os indivíduos precisam de um teste de coronavírus.
Trump, que na quarta-feira ordenou que cidadãos de 26 países europeus não entrem nos Estados Unidos por 30 dias a partir da meia-noite de sexta-feira, disse que seu governo "pode adicionar" o Reino Unido e alguns outros países.
Ele estimulou todos os Estados a criarem centros de emergência para ajudar a combater o coronavírus. "Removeremos ou eliminaremos todos os obstáculos necessários para fornecer ao nosso pessoal os cuidados de que eles precisam e a que têm de direito. Nenhum recurso será poupado, nada", disse ele.
"UM LONGO CAMINHO A PERCORRER"
Trump vinha sendo pressionado para declarar uma emergência de doenças infecciosas sob uma lei de 1988 que permitiria à Agência Federal de Gestão de Emergências (Fema, na sigla em inglês) fornecer fundos de desastres para governos estaduais e municipais e equipes de suporte de implantação. Esse poder raramente é usado. O ex-presidente Bill Clinton, em 2000, declarou tal emergência para o vírus do Nilo Ocidental.
O presidente afirmou que o governo federal estava em parceria com o setor privado para acelerar a produção de kits de teste para torná-los amplamente mais disponíveis para os norte-americanos.
Trump disse que haverá cerca de 5 milhões de testes de coronavírus disponíveis em breve, mas duvidava que muitos sejam necessários. Ele estimulou os norte-americanos a procurarem o teste apenas se sentirem que precisam.