A Comissão Europeia anunciou nesta 4ª feira (12.jun.2024) tarifas adicionais sobre veículos elétricos importados da China. As taxas variam de 17,4% a 38,1%. São provisórias e começam a valer a partir de 4 de julho.
Segundo a comissão, a medida será tomada até a conclusão de uma investigação sobre subsídios da China no setor.
A apuração, que teve início em 4 de outubro de 2023 e deve ser finalizada em novembro, concluiu até o momento que os carros elétricos chineses recebem “subsidiação injusta”, ou seja, são importados a “preços artificialmente baixos”.
O bloco europeu afirmou que a prática causa um prejuízo econômico para a indústria de carros elétricos da UE.
Também disse que busca dialogar com as autoridades chinesas para encontrar uma solução alinhada com as regras da OMC (Organização Mundial do Comércio).
A União Europeia classifica as novas tarifas como “compensatórias”. Os produtores chineses serão tarifados dependendo da cooperação na investigação.
A BYD (SZ:002594), líder global em vendas de carros elétricos e híbridos, terá que pagar uma taxa de importação de 17,4%, por exemplo. Já as fabricantes chinesas Geely e SAIC Motor foram tarifadas em 20% e 38,1% respectivamente.
Segundo a comissão, outros produtores de veículos elétricos que colaborarem com a investigação estarão sujeitos a taxas de 21%. Já aqueles que não colaborarem enfrentarão a tarifa máxima (38,1%).
No comunicado, a UE também afirmou que a Tesla (NASDAQ:TSLA) pode ser tarifada ao decorrer da investigação. “Podemos olhar mais a fundo uma situação específica da Tesla e dos subsídios [que] ela recebeu na China e isso pode de fato levar a diferentes níveis de tarifas compensatórias”, disse o comissário de Comércio da União Europeia, Valdis Dombrovskis, à CNBC.
Embora seja uma automotiva norte-americana, a Tesla tem uma fábrica em Xangai. Elon Musk já afirmou que a fábrica no país asiático tem o melhor desempenho da empresa.
O QUE DISSE A CHINA
O Ministério do Comércio chinês afirmou em comunicado que a decisão da União Europeia carece de “base factual e jurídica”. Também ignora que “a vantagem da China em veículos elétricos vem da concorrência aberta”.
O órgão classificou a medida como um “ato protecionista” que aumentará os atritos comerciais.
“Essa medida do bloco europeu não apenas prejudica os direitos e interesses legítimos do setor de veículos elétricos da China, mas também interromperá e distorcerá a cadeia de suprimentos da indústria automotiva global, incluindo a UE”, disse.