SÃO PAULO (Reuters) - A comercialização da safra brasileira de café 2021/22 atingiu 53% do potencial de produção até o último dia 10 de agosto, avanço de cinco pontos percentuais na comparação com levantamento do mês anterior, com destaque para os negócios de grãos da variedade conilon, avaliou nesta quinta-feira a consultoria Safras & Mercado.
O índice de vendas é superior a igual período do ano passado, quando girava em torno em 51% da safra e está "bem acima" da média dos últimos anos para o período (40%), disse a consultoria.
Desta forma, a Safras estima que o país já negociou 30,17 milhões de sacas da produção deste ano, estimada pela consultoria em 56,5 milhões de sacas --a colheita está caminhando para a fase final.
Na véspera, a Safra estimou que cerca de 90% da área já foi colhida.
Segundo o consultor Gil Barabach, mesmo com a cautela do produtor após as geadas do último mês, o fluxo de vendas segue ligeiramente acima de igual período do ano passado.
No caso da comercialização de café arábica especificamente, alcança 52% da safra deste ano, apenas ligeiramente abaixo de igual período do ano passado, quando 53% da safra havia sido vendido. Mas ainda bem acima da média para o período, que gira em torno de 39% da safra.
"O percentual alto de comprometimento por parte dos produtores, especialmente na região do Cerrado e Sul de Minas e na Mogiana paulista justificam a esse comportamento dos vendedores, apesar da disparada no preço", avaliou o analista da Safras.
O destaque positivo mais uma vez ficou para as vendas de conilon, disse o consultor.
"A procura da indústria doméstica, em particular de torrado e moído, ajudou a impulsionar os preços no mercado interno. O preço do conilon foi acima da linha de 600 reais a saca, o que trouxe mais vendedores para o mercado", comentou.
E, com isso, as vendas de conilon chegam a 55% da safra brasileira 2021, dando um salto ante os 47% do mês anterior, superando com folga os 45% vendidos em igual período do ano passado, bem como estão bem acima dos 44% em média dos últimos cinco anos para o mês de julho.
(Por Roberto Samora)