Por David Lawder e Andrea Shalal e David Milliken
WASHINGTON/LONDRES (Reuters) - Autoridades do Reino Unido, Estados Unidos e Canadá abandonaram uma reunião de ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do Grupo dos 20 nesta quarta-feira no momento em que representantes russos falavam, disse um porta-voz do governo do Reino Unido, expondo divisões cada vez mais profundas sobre a permanência da Rússia no bloco, que reúne grandes economias.
Autoridades ucranianas presentes também se retiraram, de acordo com uma fonte familiarizada com a reunião.
"Ao lado de nossos aliados dos EUA e Canadá, representantes do Reino Unido deixaram a reunião do G20 enquanto os delegados russos falavam", disse o porta-voz. "Continuaremos trabalhando com nossos aliados para condenar a guerra da Rússia contra a Ucrânia nos termos mais fortes e pressionar por uma coordenação internacional mais forte para punir a Rússia."
A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse aos participantes que desaprovava a presença de uma autoridade sênior russa na reunião, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com o assunto. Yellen estava entre os que saíram, acompanhada pelo presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, e outras autoridades.
Já a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, pediu à autoridade russa, o vice-ministro das Finanças do país, Timur Maksimov, que transmita a Moscou uma mensagem clara --que acabe com a guerra na Ucrânia--, disse uma das fontes.
Ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 se reuniram nos bastidores de uma conferência semestral realizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Mundial, em Washington, com a guerra na Ucrânia, a segurança alimentar e a recuperação ante a pandemia de coronavírus em foco.
Maksimov estava participando pessoalmente da reunião, disse uma fonte. O ministro das Finanças da Rússia e a presidente do banco central participaram virtualmente, disseram outras fontes familiarizadas com a reunião.