Redação Internacional, 18 abr (EFE).- Com 20 mil voos cancelados
hoje, a paralisação do espaço aéreo europeu continua pelo quarto dia
seguido, embora alguns aeroportos comecem a operar de novo e algumas
companhias tenham feito testes para avaliar a situação perante a
nuvem de cinzas gerada pelo vulcão islandês.
A Eurocontrol, a agência europeia responsável pela segurança
aérea, informou que cerca de 20 mil voos já foram ou serão
cancelados hoje pelo fechamento de grande parte dos aeroportos do
continente. Os domingos, que costumam ter 24 mil voos, só devem ter
quatro mil desta vez.
A agência confirmou que estão total ou parcialmente fechados os
seguintes espaços aéreos europeus: Áustria, Bélgica, Croácia,
República Tcheca, Dinamarca, Estônia, Finlândia, grande parte da
França e Alemanha, Hungria, Irlanda, norte da Itália, Holanda,
Noruega, Polônia, Romênia, Sérvia, Eslovênia, norte da Espanha,
Suécia, Suíça, Ucrânia e Reino Unido.
Mas a situação melhora em alguns lugares e diversos aeroportos da
Europa retomam o tráfego comercial.
Na França, já é possível operar ao sul de uma linha imaginária
entre as cidades de Bordeaux (sudoeste) e Marselha (sudeste), mas
continuam fechados os aeroportos de Paris (Roissy-Charles de Gaulle,
Orly e Le Bourget). Segundo o Governo francês, os terminais do norte
permanecerão sem funcionar até terça-feira.
No entanto, os aeroportos de Toulouse, Montpellier, Pau, Tarbes,
Biarritz, Ajaccio e Bastia (esses dois últimos na Córsega) estarão
abertos pelo menos até a segunda-feira às 15h (10h, Brasília), a
mesma hora até que permanecerão operando para voos comerciais os de
Bordeaux, Nice e Marselha.
A Alemanha também levantou parcialmente o bloqueio aéreo em sete
aeroportos para determinados voos, entre eles os que se dirigem ao
leste saindo de aeroportos de Berlim, Frankfurt, Erfurt, Leipzig e
Hannover.
Além disso, já reataram suas operações os aeroportos da Espanha
que tinham sido fechados na no início deste domingo no nordeste e no
norte, depois que foram cancelados um total de 2.194 voos dos 5.066
programados para o dia.
O centro de controle do Reino Unido (Nats), porém, ampliou hoje
até as 7h (3h) de segunda-feira o fechamento do espaço aéreo, já que
a nuvem de cinzas segue cobrindo quase todo céu britânico.
O primeiro-ministro Gordon Brown convocou para hoje uma reunião
urgente de seu Gabinete de mais alto nível para abordar a crise.
A Holanda prolongou o fechamento de seu espaço aéreo até pelo
menos a tarde deste domingo, ao tempo que continuavam fechados os de
Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia. A companhia escandinava SAS
anunciou o cancelamento de todos os seus voos para hoje e amanhã.
Também na Europa Central e do Leste, Bulgária e República Tcheca
mantinham fechado seu espaço aéreo, enquanto Croácia e Romênia
começam a reabrir os seus.
Diversas companhias aéreas europeias tentam saber a real dimensão
da situação criada pela erupção do vulcão. Assim, as alemãs
Lufthansa e Air Berlin fizeram vários voos sem passageiros, da mesma
forma que a francesa Air France, que informou de "condições normais"
em um primeiro teste entre Paris e Toulouse.
A holandesa KLM realiza voos de teste sem passageiros entre
Alemanha e Holanda para comprovar os riscos representados para os
aviões pela fumaça. Operações do tipo foram aprovadas também por
Reino Unido e Itália.
Perante o caos aéreo, a Presidência da União Europeia (UE), este
semestre exercida pela Espanha, convocou os ministros de Transporte
dos países do bloco para uma reunião extraordinária com o objetivo
de discutir a situação.
O presidente da Comissão Europeia (órgão executivo da UE), José
Manuel Durão Barroso, decidiu estabelecer um grupo de especialistas
para avaliar o impacto da nuvem na indústria do transporte aéreo e
na economia do bloco, que teve que cancelar várias reuniões
previstas para Bruxelas.
Enquanto isso, a erupção do vulcão sob a geleira Eyjafjalla, no
sul da Islândia, se mantém estável e, nas últimas 36 horas, não foi
registrado aumento no nível das águas pelo degelo. EFE