Lima, 28 mai (EFE).- A maioria dos países da América Latina e o
Caribe estão aplicando políticas econômicas corretas e devem
aproveitar a crise na Europa para crescer, apesar de não poderem
compartilhar suas receitas com Grécia e Espanha, que correspondem a
estruturas de desenvolvimento diferentes.
A esta conclusão chegaram o presidente do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), o colombiano Luis Alberto Moreno, e o
diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), o francês
Dominique Strauss-Kahn, durante a 3ª Reunião de Ministros de Fazenda
realizada hoje em Lima.
O evento conta com a presença de 14 ministros e sete
vice-ministros da América e do Caribe, além de representantes de
organismos multilaterais.
Moreno afirmou que a grande discussão atual na América Latina é
sobre "as políticas que farão crescer mais", enquanto na Europa o
foco da discussão é como conter a crise.
Em entrevista concedida a uma emissora antes da reunião, Moreno
acrescentou que as nações que souberem aproveitar este momento
aumentarão sua renda per capita "em tempo recorde".
Ele citou como exemplo o Peru que, na sua opinião, duplicará seu
Produto Interno Bruto (PIB) per capita em até US$ 10 mil em menos de
dez anos.
O chefe do BID afirmou que a crise europeia, especialmente a da
Grécia, não afetará a América Latina, mas, pelo contrário, os
latino-americanos devem estar preparados para a entrada de capitais
estrangeiros novos.
Strauss-Kahn disse que uma das principais características do
"novo" FMI é "ajustar as políticas econômicas às necessidades do
país, levando em conta sua história, sua situação política e seus
vínculos econômicos".
O presidente peruano, Alan García, disse que o reforço das
economias deve estar dirigido a gerar atividades de maior valor
agregado a especialidades como agroexportação, venda de proteínas
pesqueiras e técnicas ambientais que gerem mais emprego.
García declarou que está "otimista e empolgado" com o impacto
desta crise e considerou que se trata de "uma crise de iluminação,
de parto, de nascimento de uma nova economia".
A 3ª Reunião de Ministros de Fazenda se encerrará nesta noite
após uma série de conferências entre os funcionários estatais e
analistas dos organismos multilaterais e regionais. EFE