Genebra, 2 fev (EFE).- A Alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, demonstrou nesta quarta-feira sua preocupação pelo dramático aumento das execuções no Irã desde o início do ano.
Como publicado pela imprensa iraniana, desde o início de 2011 ao menos 66 foram executadas, "embora fontes acreditem em um número maior", especifica um comunicado distribuído nesta quarta-feira pela Alta comissária.
"Pedimos ao Irã, várias vezes, que pare com as execuções. Estou muito consternada, as autoridades iranianas parecem ter aumentado o uso da pena de morte", assinalou Pillay.
A maioria dos condenados castigados à pena de morte foi sentenciada por delitos relacionados ao tráfico de drogas, embora em três casos, os condenados à forca e, posteriormente executados, eram prisioneiros políticos.
"A dissidência não é um crime. O Irã faz parte da Convenção Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que garante o direito à liberdade de expressão e à liberdade de manifestação. É absolutamente inaceitável a prisão de pessoas só porque pertencem a partidos da oposição e que sejam executados por suas convicções", acrescentou Pillay.
A alta comissária condenou os dois casos em que as execuções ocorreram de forma pública, apesar da existência de uma circular do Poder Judiciário proibindo.
"As execuções em público aumentam a natureza já cruel, desumana e degradante da pena de morte, só desumaniza a vítima e tem efeito brutal nos que testemunham", assinalou.
Diante do número crescente de pessoas no corredor da morte, Pillay revelou "sua preocupação" e fez um chamado ao Irã de moratória as execuções, que leve à abolição da pena de morte no país. EFE