Por Camila Moreira
SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver um afrouxamento monetário mais intenso neste ano e no próximo depois de o BC ter cortado a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual e sinalizado novos cortes da mesma magnitude.
A pesquisa Focus divulgada pelo BC nesta segunda-feira mostra que a expectativa agora é de que a Selic encerre 2023 a 11,75%, contra 12,00% no levantamento anterior.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou a Selic a 13,25% ao ano, de 13,75%, na primeira flexibilização na taxa básica de juros em três anos.
Em comunicado, a autoridade monetária sinalizou novos cortes equivalentes nas próximas reuniões, e a ata do encontro a ser divulgada na terça-feira deve dar mais indicações sobre a trajetória da política monetária.
Diante disso, os especialistas consultados pelo BC no Focus passaram a ver corte da Selic a 12,75% na reunião de setembro do Copom, contra taxa de 13,0% esperada antes. Nos encontros seguintes, de novembro e dezembro, também são esperadas novas reduções de 0,5 ponto percentual.
Também reduziram a projeção para os juros básicos ao final de 2024 e 2025 a 9,00% e 8,50% respectivamente, de 9,25% e 8,75% na semana anterior.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA permanece sendo de 4,84% em 2023, mas para 2024 foi ajustada para baixo em 0,01 ponto percentual, a 3,88%. Para os dois anos seguintes segue em 3,50%.
O centro da meta oficial para a inflação em 2023 é de 3,25% e para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento na pesquisa semanal com uma centena de economistas este ano subiu a 2,26%, de 2,24% antes, e permaneceu em 1,30% para 2024.