Anvisa proíbe venda de anfetaminas, mas permite sibutramina

Publicado 04.10.2011, 18:48
Atualizado 04.10.2011, 19:23

Rio de Janeiro, 4 out (EFE).- A direção da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta terça-feira uma resolução que proíbe a comercialização de remédios à base de anfepramona, femproporex e mazindol, inibidores de apetite que contêm anfetaminas e são recomendados há quase 30 anos para tratar a obesidade.

Proposta pelo presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, a decisão proíbe que os médicos receitem os remédios, que os laboratórios as fabriquem e que as farmácias as importem.

A suspensão foi baseada em diferentes estudos que constataram que a baixa eficácia desses emagrecedores não compensa o risco que representam para a saúde do paciente.

Barbano disse que as farmácias terão um prazo de dois meses para retirar esses remédios de seus estoques para "que os pacientes tenham tempo suficiente para se adaptar a um novo tratamento".

Em relação à sibutramina, um anorexígeno receitado para tratar a obesidade e que foi suspensa em outros países, a Anvisa autorizou sua venda desde que o paciente demonstre que sofre de sobrepeso e que não tem problemas cardíacos devido à sua comprovada eficácia na redução do peso.

Foi depois do resultado de pesquisas cardiovasculares que a Agência Europeia Reguladora de Remédios (EMEA) proibiu a comercialização da sibutramina em 2011.

A proposta de Barbano para retirar do mercado os inibidores com anfetaminas foi aprovada pelos outros três membros da direção da Anvisa, entretanto a venda restringida da sibutramina quase não foi apoiada por dois deles.

"Se vários países o retiraram (do mercado) com base em evidências científicas, não podemos ignorar. Se eles têm cuidados com suas populações, temos que ter cuidados com a nossa", disse o diretor Agenor Álvares.

Segundo a "Agência Brasil", a Anvisa propunha inicialmente proibir os dois tipos de substâncias assim como nos Estados Unidos e em vários países da União Europeia. Entretanto, o projeto original foi questionado pelos laboratórios e por algumas associações médicas que asseguram que os remédios auxiliam os tratamentos para o combate à obesidade e que sua proibição reduzirá as possibilidades terapêuticas.

O relatório divulgado em 2011 pela Anvisa, mostra que em 2009 os brasileiros consumiram 1,9 toneladas de sibutramina, 3 toneladas de anfepramona, 1 tonelada de femproporex e 2,3 quilos de mazindol.

O Brasil é considerado pela Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes da ONU como um dos maiores consumidores mundiais de anfetaminas para tratamentos de emagrecimento. EFE

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