Buenos Aires, 19 abr (EFE).- A Argentina espera que o comércio
com a China se recupere neste ano, depois da queda registrada em
2009 devido à crise global, assinalou hoje o diretor de Negociações
Econômicas Internacionais da Chancelaria argentina, Néstor
Stancanelli.
"Temos esperança de voltar aos níveis recorde de troca, uma vez
superada a crise", explicou Stancanelli em um fórum empresarial ao
que também assistiu o vice-ministro de Comércio chinês, Jiang
Yaoping.
Pelos números oficiais, a Argentina exportou no ano passado à
China US$ 3,698 bilhões, com uma queda anualizada de 42%, enquanto
suas importações a partir do gigante asiático totalizaram os US$
4,823,1 bilhões, 32% menos que em 2008.
Como resultado, esse país sul-americano registrou no ano passado
um déficit de US$ 1,125,1 bilhão em seus intercâmbios com a China.
Mesmo assim, a China mantém como o terceiro destino de
exportações argentinas, atrás do Brasil e do Chile, e como o
terceiro mercado de origem de suas importações, atrás do Brasil e
dos Estados Unidos.
Ao dissertar no Fórum de Cooperação Econômica e Investimentos
entre Argentina e China, realizado hoje em Buenos Aires, Jiang
Yaoping destacou que, no entanto, entre 2004 e 2008 o comércio
bilateral bateu "recordes de volume".
O funcionário chinês disse que apesar da crise global, "a
envergadura do comércio recíproco cresceu, enquanto a relação
bilateral econômica se aprofundou".
Nestas últimas semanas, a relação bilateral sofreu uma medida
sanitária iniciada pela China que afeta as exportações de óleo de
soja a esse país.
A China impôs impedimentos em 1º de abril para o ingresso no
mercado deste produto proveniente da Argentina, após alegar razões
sanitárias.
Os funcionários não falaram explicitamente deste assunto, mas
Jiang Yaoping reconheceu que "há fatores não tão harmoniosos" na
relação bilateral.
Neste sentido, Stancanelli considerou que em uma relação
bilateral crescente, o importante "é a vontade política para
solucionar os problemas". EFE