SÃO PAULO (Reuters) - A Volkswagen iniciou uma investigação interna global sobre o escândalo de fraude de testes de emissões de poluentes, em uma análise que também deve ser estendida ao Brasil, embora a companhia comercialize apenas um modelo com motor a diesel no país.
"A princípio, não temos no Brasil esse dispositivo. Não há confirmação ainda", disse o diretor de assuntos governamentais da Volkswagen no Brasil, Antonio Megale, a jornalistas ao ser questionado sobre a presença de software que fraudou testes de emissões de poluentes de carros a diesel da marca nos Estados Unidos. Ele fez os comentários durante fórum automotivo promovido pela revista Quatro Rodas.
No Brasil, a Volkswagen comercializa a picape diesel Amarok, que é produzida na Argentina com motor importado da Alemanha. O veículo acumula vendas no país de cerca de 84 mil unidades desde 2010, segundo dados da associação de distribuidores Fenabrave.
Megale afirmou que no Brasil a investigação global da Volkswagen ainda não começou, uma vez que o país proíbe a venda de carros a diesel e não é um dos focos para a apuração da fraude que ameaça o grupo alemão com multas de bilhões de dólares.
Na sexta-feira passada, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) afirmou que decidiu abrir uma investigação contra a Volkswagen diante das denúncias de fraude nos EUA e afirmou que poderia impor multa de até 50 milhões de reais e exigir a convocação de um recall de veículos da companhia.
Megale afirmou que a Volkswagen ainda não foi notificada oficialmente pelo Ibama sobre a investigação do órgão ambiental.
Também nesta terça-feira, a fabricante de caminhões e ônibus MAN, do grupo Volkswagen, distribuiu nota à imprensa em que afirma que seus produtos não "estão afetados pela atual discussão sobre a manipulação dos limites de emissões" e que todos os seus motores atendem "exigências da legislação".
"As marcas Volkswagen Caminhões e Ônibus e MAN não estão afetadas pela atual discussão sobre a manipulação de determinadas emissões de motores a diesel", afirmou a companhia.
(Por Alberto Alerigi Jr.)