Por Alister Doyle
OSLO (Reuters) - Os planos de cerca de 150 países para reduzir as emissões de gases do efeito estufa vão desacelerar a mudança climática neste século e manter viva a meta de limitar o aumento da temperatura a 2 graus Celsius, disse a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta sexta-feira.
As estratégias nacionais poderiam restringir o aumento das emissões mundiais, estimadas em 49 bilhões de toneladas de dióxido de carbono por ano em 2010, para o equivalente a 56,7 bilhões de toneladas por ano até 2030 – ou seja, um acréscimo 4 bilhões menor do que o esperado sem a ação extra.
Se plenamente implementados, os planos de nações lideradas pela China e os Estados Unidos "começarão a fazer um corte significativo no crescimento das emissões de gases do efeito estufa", disse a chefe do Secretariado de Mudança Climática da ONU, Christiana Figueres, em comunicado.
Os planos, conhecidos como Contribuições Nacionalmente Determinadas (INDCs, na sigla em inglês), serão os blocos de construção para um acordo da ONU esperado em uma cúpula em Paris entre 30 de novembro e 11 de dezembro para lutar contra o aquecimento global nos próximos anos a partir de 2020.
O relatório, uma análise das INDCs apresentadas dentro do prazo informal de 1º de outubro, assinala que a "resposta global à mudança climática mantém a porta aberta para o limite de temperatura de 2 graus C".
Christiana disse que que as INDCs "têm a capacidade de limitar o aumento da temperatura previsão para cerca de 2,7 graus Celsius até 2100, uma redução de modo algum suficiente, mas muito menor do que os cerca de 4, 5 graus ou mais de aquecimento projetados por muitos antes da apresentação das INDCs".
Quase 200 governos concordaram em 2010 em limitar o aquecimento a 2 graus Celsius acima da era pré-industrial, ou seja, a conferência em Paris terá de chegar a um acordo sobre meios de impulsionar a ação nos próximos anos. As temperaturas já subiram cerca de 0,9 grau C.
O relatório desta sexta-feira é a tentativa mais confiável de resumir o impacto da INDCs em retardar o aquecimento global provocado pelo homem, que ameaça provocar mais ondas de calor, chuvas torrenciais, extinção de espécies, inundações e elevação do nível dos mares.
(Reportagem de Alister Doyle)