Por Arshad Mohammed
BELGRADO (Reuters) - Forças terrestres da Síria e de outros países árabes precisam ser mobilizadas para enfrentar o Estado Islâmico, disse o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, nesta quinta-feira, alertando que o grupo militante não será derrotado somente com ataques aéreos.
Kerry fez as declarações horas depois de a Grã-Bretanha iniciar bombardeios contra alvos do Estado Islâmico na Síria, unindo forças à França e aos EUA quase três semanas depois de a facção jihadista matar 130 pessoas em atentados por toda Paris.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou haver até 70 mil combatentes da oposição moderada na Síria prontos para defrontar o grupo radical com ajuda de ataques aéreos de potências estrangeiras, uma colocação que adversários da ofensiva aérea questionaram.
"Acho que sabemos que, sem a capacidade de encontrar algumas forças terrestres que estejam preparadas para encarar o Estado Islâmico, isso não será alcançado completamente pelo ar", declarou Kerry.
Indagado mais tarde se ele se referia a forças ocidentais, o diplomata disse, após uma reunião da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) em Belgrado: "(Estou) falando de sírios e árabes, como venho fazendo frequentemente."
Uma autoridade norte-americana que viaja com Kerry disse que o secretário falava sobretudo de forças terrestres sírias, mas que é concebível que tropas de outras nações árabes se envolvam.
Revertendo uma política anterior, no dia 30 de outubro os EUA anunciaram que irão enviar 50 efetivos de suas forças especiais à Síria para coordenarem esforços com rebeldes respaldados por Washington.