ZURIQUE (Reuters) - O órgão de controle de ética da Fifa prorrogou a suspensão do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, de todas as atividades relacionadas ao futebol, enquanto se prepara para proferir uma decisão sobre as denúncias de corrupção envolvendo a venda de ingressos para a Copa do Mundo.
O dirigente francês nega qualquer irregularidade no caso, mais uma entre as dezenas de denúncias que abalaram a entidade máxima do futebol mundial, envolvida em seu pior escândalo de corrupção da história.
Investigadores trabalhando para o comitê de ética recomendaram na terça-feira que Valcke seja banido por nove anos e multado em 100 mil francos suíços (98.990,30 dólares).
O comitê disse em um comunicado, nesta quarta-feira, que seu juiz principal, Hans-Joachim Eckert, suspendeu Valcke por mais 45 dias, à espera de um julgamento final, após o vencimento de um afastamento anterior de 90 dias. Valcke também foi colocado em licença indefinida pela Fifa, em setembro.
A alegação contra Valcke é proveniente de uma declaração do jogador de futebol israelense Benny Alon, que numa coletiva de imprensa em setembro, em Zurique, disse ter concordado, em 2013, em fazer pagamentos em dinheiro a Valcke em troca de ingressos para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Ele disse que o plano era então vender os ingressos a torcedores com ágio e dividir o lucro com Valcke, que era o braço direito do presidente afastado da Fifa, Joseph Blatter.
Alon afirmou que o acordo não seguiu adiante e ele nunca chegou a entregar o dinheiro a Valcke.
Blatter foi banido de qualquer envolvimento com o futebol por oito anos devido a outras acusações de irregularidades.
Quarenta e uma pessoas e entidades esportivas, incluindo autoridades de alto escalão da Fifa, foram indiciadas por promotores dos EUA por crimes como corrupção, fraude e lavagem de dinheiro.
(Reportagem de Brian Homewood, em Berna) OLBRSPORT Reuters Brazil Online Report Sports News 20160106T104524+0000