Por Andrew Cawthorne
CARACAS (Reuters) - A esposa e a mãe do líder da oposição venezuelana preso Leopoldo López foram supostamente submetidas a revistas corporais abusivas, mas o governo da Venezuela diz que elas estão mentindo e transmitiu gravações secretas para desacreditá-las.
A oposição venezuelana e o partido socialista, do governo, há tempos se acusam de manipulação da opinião pública e o caso de López é particularmente sensível porque se tornou uma causa célebre internacional de grupos de direitos humanos.
A esposa de López, Lilian Tintori, disse que em uma visita à prisão Ramo Verde, no fim de semana passado, guardas fizeram com que ela se despisse e repetidamente abriram suas pernas e removeram seu absorvente.
A mãe de López, Antonieta Mendonza, posteriormente teve que se despir em frente de dois netos, de acordo com a família e advogados.
"Eles torturaram psicologicamente a mim e Leopoldo com suas ações e agora até meus filhos estão sendo expostos ao abuso", disse Lilian em acusações que geraram expressões de indignação dentro e fora da Venezuela.
López, de 44 anos e educado nos Estados Unidos e que lidera o partido extremista Vontade Popular, atualmente cumpre sentença de quase 14 anos por acusações de incitar protestos anti-governo em 2014, nos quais 43 pessoas acabaram morrendo.
O governo diz que as acusações da família fazem parte de uma estratégia midiática. A TV estatal transmitiu na noite de quarta-feira o que aparentava ser uma conversa gravada entre López e sua esposa dentro da prisão, discutindo sobre como pressionar uma autoridade prisional sobre novas restrições às condições carcerárias de López.
A Reuters não pôde verificar o áudio de forma independente, embora as vozes sejam parecidas com as do casal.