BRASÍLIA (Reuters) - O líder do PSD na Câmara, deputado Rogério Rosso (DF), anunciou nesta segunda-feira que vai se candidatar à presidência da Casa sob o discurso de retomar a normalidade dos trabalhos e garantir a governabilidade.
Ponderou, no entanto, que aguarda a definição das regras da disputa para registrar formalmente sua candidatura. A expectativa é que os termos da disputa sejam definidos em reuniões na tarde desta segunda-feira.
"Vivemos um momento em que a governabilidade precisa ser garantida. Ninguém pode aqui querer tapar o sol com a peneira e achar que não vão vir medidas mais estruturantes", disse o deputado.
"Independentemente de quem vença essas eleições... o que esse Parlamento, o que a Câmara precisa é voltar à sua estabilidade, o que a Câmara precisa é voltar à sua normalidade."
Rosso negou que sua postulação esteja vinculada ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), argumentando que há vários candidatos integrantes do centrão, grupo tido como mais próximo do deputado que renunciou ao comando da Casa na última semana.
Ao mesmo tempo, ao afirmar que será candidato, Rosso admite o mínimo de consenso em torno de sua candidatura.
"Se eu percebesse que a minha candidatura seria um fator de divisão, de racha na base, eu não a colocaria", afirmou.
O deputado sugeriu ainda um "pacto de elegância" entre todos os candidatos, para evitar que a corrida pelo comando da Câmara contamine o clima na Casa. Mas criticou, indiretamente, as conversas entre o DEM e o PT para apoio à candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ).
"Não topo vale-tudo na política, nunca topei", disse, sem citar partidos ou nomes, referindo-se apenas a "alianças com difícil explicação política".
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)