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China resiste a pressões da Europa para valorizar iuane

Publicado 04.10.2010, 20:17
Atualizado 04.10.2010, 20:42

Bruxelas, 4 out (EFE).- O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, insistiu hoje na necessidade de manter as taxas de câmbio das principais divisas de reserva "relativamente estáveis" para favorecer a recuperação econômica, durante a cúpula de líderes da Europa e Ásia (Asem), que acontece até amanhã em Bruxelas.

Com suas declarações, expressadas durante a abertura da reunião, Wen jogou um balde de água fria nas aspirações da União Europeia (UE) de pressionar a China durante a cúpula para que contribua para corrigir os desequilíbrios comerciais entre o Gigante Asiático e o Velho Continente mediante uma flexibilização do tipo de câmbio do iuane.

A valorização da moeda chinesa é uma reiterada reivindicação tanto dos Estados Unidos como da Europa, que consideram que um iuane baixo favorece as exportações chinesas e penaliza os produtos americanos e europeus.

No entanto, as autoridades chinesas ignoraram reiteradamente os pedidos dos dois lados do Atlântico, e vetaram uma significativa valorização de sua moeda, além de alguns pequenos aumentos fixados para aplacar as críticas internacionais, como o anunciado em junho passado, pouco antes da cúpula do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os países ricos e os principais emergentes) em Toronto.

O primeiro-ministro chinês se reunirá amanhã com o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker; o comissário de Assuntos Econômicos, Olli Rehn, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, mas parece pouco provável que prosperem as aspirações europeias de conseguir uma maior flexibilização da posição chinesa.

O encontro anterior da cúpula de líderes econômicos da zona do euro com as autoridades chinesas, realizado há quase um ano, também terminou sem muitos avanços neste sentido.

Além da questão envolvendo a política cambial, a China chegou à cúpula com outra aspiração: conseguir mais representação das economias emergentes asiáticas nos organismos internacionais, concretamente o Fundo Monetário Internacional (FMI), por conta da assembleia geral do organismo, no final desta semana, em Washington.

"Temos de melhorar o processo de decisão e os mecanismos das instituições financeiras, melhorar a representação e a voz dos países em desenvolvimento, para favorecer uma participação mais ampla", disse Wen aos demais líderes.

Os países asiáticos pediram que o FMI reflita com mais realismo a nova situação econômica global, e lembraram a importante contribuição das economias emergentes asiáticas para a recuperação econômica.

A cúpula pode terminar com avanços sobre este tema, pois os países europeus já anunciaram na sexta-feira passada sua disposição a ceder parte de sua cota de representação aos emergentes, diante dos reiterados pedidos neste sentido para equilibrar o poder no organismo encarregado de financiar os países que sofrem crises monetárias ou fiscais.

A minuta de declarações da cúpula, à qual a Agência Efe teve acesso, já reconhece que os 48 líderes presentes "reafirmam que as participações no FMI devem se deslocar em direção aos mercados dinâmicos e emergentes e os países em vias de desenvolvimento, em uma proporção de pelo menos 5%",

Isso poderia significar a cessão de dois dos nove assentos que o bloco ocupa na junta aos emergentes. EFE

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