Bruxelas, 5 set (EFE).- A Comissão Europeia afirmou nesta segunda-feira que as medidas de austeridade não serão suficientes para combater o enfraquecimento do crescimento em países como a Espanha.
"A austeridade por si só não vai solucionar os desafios de economias que estão submetidas à maior pressão, como é o caso da economia espanhola", declarou à imprensa o porta-voz econômico da Comissão, Amadeu Altafaj.
Segundo o porta-voz, essa austeridade "tem que vir acompanhada necessariamente de reformas econômicas para que haja mais crescimento e mais emprego", como evidencia o arrefecimento do crescimento na União Europeia (UE) que a Comissão espera para a segunda metade do ano.
Altafaj destacou a necessidade de realizar reformas nos modelos econômicos para melhorar a produtividade, a competitividade e o potencial de crescimento.
"Como explicou (o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Olli) Rehn em maio, há toda uma série de incertezas e riscos, alguns deles estão se materializando, continua havendo um nervosismo grande nos mercados e os investidores seguem reticentes em assumir certos riscos", considerou.
"Sem crescimento é difícil imaginar uma maior estabilidade da zona do euro", acrescentou Altafaj.
Em relação às receitas para sair da crise, o porta-voz sustentou que a Comissão nunca falou em déficit zero, mas de orçamentos equilibrados. "Os critérios são bem conhecidos, os objetivos aceitos pelos países também: no caso da Espanha, 3% em 2013", lembrou.
Além disso, destacou que a solução reside em os países cumprirem o que está pactuado, já que caso contrário "é impossível garantir que os mercados possam levar a sério as declarações e as promessas dos políticos".
O porta-voz se pronunciou em sintonia com o presidente do Executivo comunitário, José Manuel Durão Barroso, que afirmou nesta segunda-feira que a economia da UE crescerá de forma modesta, mas sem cair em uma recessão e enviou uma mensagem de tranquilidade sobre a estabilidade do euro.
"Já tínhamos antecipado que na segunda metade deste ano haverá um arrefecimento do crescimento, mas não uma recessão", realçou Altafaj.
A diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, por outro lado insistiu neste fim de semana em uma entrevista à revista alemã "Der Spiegel" que existe um "iminente" risco que a economia mundial volte a entrar em recessão.
O Executivo comunitário discorda, mas ao mesmo tempo nega que haja divisões com o FMI. "Pode haver diferenças às vezes nas análises de uns e outros, mas os objetivos são compartilhados".
O porta-voz explicou que "tanto o FMI como a UE querem melhorar a competitividade da economia europeia, estabilizar o sistema financeiro e gerar políticas de crescimento que permitam criar mais emprego". EFE