Ras Lanuf (Líbia), 5 set (EFE).- As autoridades rebeldes líbias consideram que a produção de petróleo do país será retomada entre duas e três semanas, apesar da maior refinaria, a de Ras Lanuf, ter sido prejudicada durante o conflito e levará mais tempo para se recuperar.
O presidente da Companhia Nacional de Petróleo líbia, Nouri Berruien, explicou à Agência Efe de Benghazi que "neste momento não há produção, por isso que todos os esforços serão somados para retomá-la".
"Estamos garantindo que os campos estejam livres de minas e analisamos que em seu conjunto as instalações não estão em péssimo estado, por isso que entre duas e três semanas a produção será retomada", afirmou Berruien em seu escritório, na capital dos revolucionários.
No entanto, em uma visita ao terreno, o ritmo está mais lento. O complexo petroquímico de Ras Lanuf, com uma capacidade de produção de petróleo de 220 mil barris ao dia, continua vazio no meio do deserto.
O único sinal de atividade é uma chaminé por onde sai uma fumaça causada pelo etileno ardendo, que, segundo os poucos funcionários que trabalham na usina, é queimado para refrigerar o que há armazenado, enquanto o resto do complexo está completamente paralisado.
Justo nesta segunda-feira, começava a chegar no local um contingente de 200 combatentes rebeldes - a Brigada dos Mártires da Líbia - munidos com veículos fornecidos pelo Catar, explicou à Efe um dos guerreiros, Tareq Azube.
Tudo isso para garantir a segurança neste complexo que tem dois tanques de butano, que foram alvo dos projéteis das forças pró-Kadafi.
Na sala de controle, Adel Shiji e Muhamad Ahmad limpam os vidros quebrados pelo impacto de outro projétil em uma torre de comunicações adjacente. "Estamos esperando uma equipe para regular a torre, talvez venha amanhã", indicou Shiji, que calculou que na atualidade trabalham na refinaria cerca de 20 funcionários em trabalhos de avaliação dos danos e em limpeza.
De acordo com estes empregados, foi a Otan quem bombardeou a torre há 20 dias com o objetivo de cortar as comunicações dos seguidores de Kadafi, quando estavam na região.
Berruien assinalou que na atualidade outra preocupação é limpar as instalações que foram objeto de vandalismo e de saques, e fornecer alojamento aos trabalhadores, já que os complexos residenciais onde costumavam acomodar-se também foram destruídos.
Com reservas estimadas em 22 bilhões de barris, Líbia produzia antes da revolução 1,6 milhões ao dia, "um número que deveria aumentar no futuro", explicou o responsável petroleiro. "Esperamos recuperar o nível anterior ao início da rebelião nos próximos 15 meses", concluiu. EFE