Estrasburgo (França), 16 nov (EFE).- O presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou nesta quarta-feira que os 17 países do euro decidirão antes do fim do mês se desbloqueiam o sexto lance de ajuda à Grécia, que soma 8 bilhões de euros.
Em um discurso no plenário do Parlamento Europeu em Estrasburgo, Juncker indicou que para isso é preciso analisar as medidas que a Grécia propõe para "agora e o futuro próximo" baseadas nas decisões da cúpula da zona do euro realizada em 27 de outubro.
Nessa cúpula foi acertado o plano anticrise do bloco, que inclui o segundo resgate à Grécia, de 130 bilhões de euros, além do perdão de metade da dívida grega por parte dos bancos, incentivos ao fundo temporário de resgate e a recapitalização sistêmica dos bancos.
Para que se possa desbloquear o sexto lance de ajuda, o novo governo grego de unidade e os líderes dos principais partidos políticos deverão enviar por escrito aos membros da zona do euro um compromisso com as medidas.
Juncker, que também é primeiro-ministro de Luxemburgo, expressou ainda sua esperança de que o Eurogrupo finalize até o final do mês a nova configuração do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF) para elevar sua capacidade de intervenção para um trilhão de euros.
"Temos que acelerar o ritmo", afirmou.
Concretamente, no encontro do Eurogrupo realizado no último dia 7 ficou claro que os países não concluirão o reforço do FEEF até dezembro, apesar de ser considerada uma necessidade urgente para acabar com o risco de contágio da crise.
Os ministros da zona do euro não aprovarão as diretrizes para aumentar a capacidade do fundo de resgate até o final do mês, o que atrasará sua aplicação até dezembro.
Este fundo, ao contar com o respaldo do FEEF e do Fundo Monetário Internacional (FMI), reduzindo assim os riscos de possíveis perdas, atrairia o investimento externo em bônus soberanos no mercado primário ou secundário.
Juncker também antecipou que o Eurogrupo vai acelerar o ritmo de trabalho para finalizar as emendas ao fundo de resgate permanente, o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM, na sigla em inglês) e para isso também é analisado o apoio financeiro do setor privado, embora sua participação não seja tão fácil.
"É uma questão aparentemente simples, mas complicada se estudada de perto", indicou. EFE