Teerã, 19 fev (EFE).- O Irã suspendeu as exportações de petróleo a Reino Unido e França, anunciou neste domingo o porta-voz do Ministério do Petróleo, Ali Reza Nikzad, no que parece uma resposta às novas sanções impostas pela União Europeia a Teerã como pressão para que interrompa seu programa nuclear.
"A exportação de petróleo para as empresas inglesas e francesas foi suspensa", disse Nikzad, em entrevista divulgada pela agência de notícias petrolífera do Irã, "Shana".
Nikzad lembrou que, anterorimente, o ministro do Petróleo, Rostam Qasemi, tinha anunciado a possibilidade de suspender a exportação de petróleo a alguns países europeus após as novas sanções financeiras e petrolíferas impostas ao Irã pela UE no dia 23 de janeiro.
Por outro lado, ele afirmou que o Irã não tem nenhum problema para a exportação de seu petróleo, e disse que seu Ministério "considerou clientes alternativos para a venda no lugar das empresas de Reino Unido e França".
O diretor-geral para a Europa Ocidental do Ministério de Relações Exteriores iraniano, Hassan Tayik, se reuniu na última quarta-feira com os embaixadores de Espanha, Itália, França, Grécia, Holanda e Portugal para lhes comunicar novas condições para os contratos e reivindicar garantias de cobrança.
Em nota posterior aos encontros, Tayik disse que "os europeus devem saber que se o Irã mudar o destino do petróleo que lhes exporta, a responsabilidade será de seus próprios governos", em referência às novas medidas punitivas impostas pela UE.
"As sanções não vão afetar os iranianos, mas terão um efeito adverso na população europeia, que está em uma situação econômica difícil e enfrenta um duro inverno", acrescentou o dirigente iraniano.
Tayik acrescentou que o "Irã não pode permanecer indiferente a um embargo de petróleo da UE", a cujos países vende cerca de 20% dos 3,6 milhões de barris de petróleo que exporta por dia, e "não teria problemas para encontrar novos clientes".
Na quarta-feira, o Irã anunciou novas condições para a compra e venda de petróleo aos países europeus, uma decisão que criou grande confusão política e fez aumentar os preços do petróleo no mercado internacional. EFE