Madri, 24 fev (EFE).- A Telefônica lucrou 5,4 bilhões de euros em 2011, quantia 46,9% inferior a do ano anterior, devido ao efeito contábil da aquisição total da operadora brasileira Vivo em 2010, informou nesta sexta-feira a companhia presente na América Latina.
Sem este efeito, o lucro teria recuado 16,6%, indicou a multinacional de telecomunicações espanhola à Comissão Nacional da Bolsa de Valores (CNMV).
Os resultados em 2011 foram afetados pela valorização de 3,4 bilhões de euros da participação preexistente da Vivo em 2010 e mais 1,8 bilhão de euros com despesas de reestruturação de funcionários ligadas ao expediente de regulação do emprego na Espanha feita no ano passado.
A receita da Telefônica cresceu 3,5%, para 62,8 bilhões de euros, graças ao aumento do uso da transferência de dados móveis, que subiram 19% na comparação com 2010 e representam 31% da receita da telefonia celular, e o avanço em 13,5% do negócio na América Latina, para os 29,2 bilhões de euros.
Na Espanha, a receita caiu 7,6%, para os 17,2 bilhões e só no último trimestre o descenso foi de 9,5%. Em 2011, a Telefônica investiu 10,2 bilhões de euros, incluindo aquisições em vários países, 79% dessa quantia foi destinada a projetos de crescimento e transformação.
Em comunicado de imprensa, o presidente da Telefônica, César Alierta, afirmou que 2011 foi chave no processo de transformação da Telefônica, o que permite enfrentar 2012 "a partir de uma posição fortalecida", e destacou o lançamento da Telefônica Digital, com a qual pretendem acelerar a captura de novas receitas.
Telefônica fechou 2011 com 306,6 milhões de acessos telefônicos, 6,5% mais que um ano antes, dos quais 238,74 foram celulares.
O resultado operacional bruto antes das amortizações foi de 20,2 bilhões de euros, 21,5% menos, com margem sobre vendas de 32,2%, 10,3 pontos menos do que no ano precedente. O elenco médio ficou em 286.145 empregados, 17.098 mais do que no ano anterior.
As despesas financeiras do grupo foram de 2,9 bilhões de euros, 11% mais, devido ao aumento da dívida média em 13%, para os 56,3 bilhões de euros. EFE