Por George Obulutsa
NAIRÓBI (Reuters) - A polícia disparou gás lacrimogêneo contra manifestantes da oposição que se reuniram na capital do Quênia, Nairóbi, nesta segunda-feira pedindo a demissão de autoridades do conselho eleitoral que culpam pela eleição presidencial fracassada de agosto.
Policiais também se chocaram com multidões e usaram gás lacrimogêneo em Kisumu, bastião opositor do oeste do país, forçando negócios a fecharem, disse uma testemunha da Reuters. A mídia local relatou protestos dispersos por outras cidades do oeste e na cidade portuária de Mombasa.
A Suprema Corte queniana invalidou a votação de 8 de agosto citando irregularidades, mas sem responsabilizar qualquer indivíduo do conselho eleitoral.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, que venceu a eleição mas teve sua vitória anulada, acusou o alto tribunal de deixar a nação à beira do "caos judicial". O líder opositor Raila Odinga e seus apoiadores direcionaram sua ira contra o conselho eleitoral, que acusaram de errar ao atribuir a vitória a Kenyatta.
Apoiadores dos dois lados vêm trocando insultos e acusações e despertando o temor de que as tensões degenerem em violência ética – como em 2007, quando 1.200 pessoas foram mortas após uma eleição disputada.
Na capital da potência econômica do leste africano, a polícia disparou gás lacrimogêneo contra grupos pequenos durante várias horas em ao menos três locais do distrito comercial do centro, segundo uma testemunha da Reuters.
Kenyatta e Odinga vêm se digladiando a respeito de propostas de mudanças no sistema eleitoral para evitar que a Suprema Corte volte a anular resultados, causando dúvidas sobre a data de uma nova votação, atualmente marcada para 26 de outubro.