Promoção de Cyber Monday: Até 60% de desconto no InvestingProGARANTA JÁ SUA OFERTA

Vinhos finos do Brasil buscam um nicho no mercado internacional

Publicado 01.10.2012, 10:02
Atualizado 01.10.2012, 10:07

Jaime Ortega Carrascal.

Bento Gonçalves (Brasil), 1 out (EFE).- Os produtores de vinhos finos do Brasil querem conquistar um nicho no mercado internacional, como os argentinos e os chilenos, e para consegui-lo intensificaram suas campanhas de divulgação e promoção nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia.

"Somos pequenos produtores em relação a outras regiões, mas estamos começando a despertar para o velho mundo", disse à Agência Efe o presidente do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Alceu Dalle Molle, durante um ato em Bento Gonçalves, a capital vinícola do Brasil, no Rio Grande do Sul.

Alceu assinalou que assim como a Argentina ganhou mercados com sua produção de tintos elaborados com uva Malbec, e Chile com a Carménere, o Brasil está começando a abrir portas com os espumosos da casta Chardonnay, que junto com a Merlot é das que melhor se adaptou ao solo e às condições meteorológicas do sul do país.

Segundo dados divulgados pelo Ibravin, as adegas participantes do programa "Wines of Brasil", que tem o apoio da Agência Brasileira de Promoção das Exportações (Apex-Brasil), venderam no primeiro semestre deste ano no exterior vinhos num valor total de US$ 1,85 milhões, 86% mais que no mesmo período de 2011.

São números pequenos se for levado em conta que a vitivinicultura gerou no ano passado cerca de R$ 2 bilhões na economia brasileira, mas Alceu considera que o processo de internacionalização, embora seja demorado, caminha bem.

"A abertura de novos mercados é questão de tempo", afirmou o presidente do Ibravin.

Em volume, as exportações do primeiro semestre foram de 760.300 litros, 142% mais que entre janeiro e junho de 2011.

Para tornar os vinhos finos conhecidos no exterior, o Ibravin e a Apex-Brasil organizaram nos últimos meses campanhas de divulgação e rodas de negócios em várias cidades dos Estados Unidos, Alemanha, Holanda, Polônia, Suécia, Finlândia, Reino Unido e China, seu principal comprador.

Nessas campanhas participaram algumas das vinícolas mais importantes do país, como Aurora, Casa Valduga, Basso, Miolo, Salton e Lido Carraro, quase todas de Bento Gonçalves ou de municípios vizinhos.

Um sucesso dos vinhos brasileiros foi a escolha de um tinto da Miolo como o vinho oficial dos passados Jogos Olímpicos de Londres, para os quais a empresa produziu um corte de Shiraz, Tempranillo e um toque de Gamay.

Segundo explicou Miguel Almeida, enólogo da Miolo, o tinto dessa adega foi engarrafado na França, mas com rótulo brasileiro para a Bibendum Wine Limited, encarregada de fornecer o vinho nos Jogos Olímpicos.

"Estamos construindo a imagem dos vinhos brasileiros. É um trabalho que começa a aparecer", disse Almeida, português radicado há alguns anos no Brasil.

Os donos de vinícolas advertem, no entanto, que embora a qualidade de seus vinhos melhore ano após ano, a alta carga tributária encarece a produção, dificulta as exportações.

"A maior dificuldade está no preço porque os impostos encarecem demais a cadeia produtiva", disse à Efe Daniel Panizzi, gerente da Don Giovanni, adega que recentemente começou a exportar para a República Tcheca, seu primeiro mercado externo.

Segundo Panizzi, "os importadores chegam ao Brasil com expectativas (de preços) que poucas vinícolas conseguem atender", o que obstaculiza a abertura de mercados para os pequenos produtores.

Uma experiência diferente é a da Casa Valduga, proprietária de várias vinícolas na região, que há sete anos lançou o Programa Mundvs, mediante o qual produz vinhos na Argentina (Malbec), Chile (Cabernet Sauvignon) e Portugal (Regional Alentejo) com parceiros locais.

"Elaboramos vinhos em sociedade com o que há de melhor em cada um desses países", explica Juciane Casagrande, diretora comercial da Casa Valduga, que começou sua caminhada internacional em 2004 com exportações para Alemanha, Estados Unidos e República Tcheca.

Segundo Juciane, o Programa Mundvs, que produz apenas 60 mil garrafas por ano, será ampliado em breve com a incorporação da Itália, para o qual já têm uma adega da Toscana, e depois Austrália, enquanto da Espanha disse que, embora seja um país que lhes interessa, ainda não têm parceiros locais para produzir.

"O projeto Mundvs é uma iniciativa de caráter econômico, mas também uma troca cultural interessante porque nos permite saber o que o mundo bebe", disse Juciane. EFE

joc/ma

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.