Por Terry Wade e Supriya Kurane
HOUSTON EUA (Reuters) - Agindo a pedido do governo central do Iraque, uma juíza dos Estados Unidos assinou uma ordem determinando que agentes federais confisquem uma carga de petróleo pertencente à região curda iraquiana, que está em uma embarcação na costa do Estado do Texas, mostraram documentos judiciais nesta terça-feira.
O navio-tanque da United Kalavrvta, transportando cerca de 1 milhão de barris de petróleo bruto, no valor de cerca de 100 milhões de dólares, chegou próximo à baia de Galveston no sábado, mas ainda não descarregou sua carga.
A decisão da Justiça dos EUA assesta mais um golpe às tentativas do Governo Regional do Curdistão de estabelecer as suas próprias vendas de petróleo, medida vista como um passo crucial nos esforços dessa região autônoma pela independência.
O navio, que é muito grande para entrar nos portos próximos a Houston e atracar, obteve liberação da Guarda Costeira dos EUA no domingo para transferir a carga para barcos menores que entregariam o petróleo ao território norte-americano.
Mas o governo central do Iraque, em um documento judicial apresentado na segunda-feira, reivindicou a carga, que diz ter sido vendida pelo governo regional do Curdistão sem a permissão de Bagdá, alegando que tal negócio se trata de contrabando.
Para executar a ordem da juíza Nancy K. Johnson, de um tribunal do Texas, os agentes federais podem precisar utilizar companhias que fornecem serviços de descarregamento de petróleo.
A ordem da juíza determina que a embarcação estaria liberada para partir após o descarregamento.
O Departamento de Estado dos EUA expressou temores de que as vendas de petróleo do Curdistão possam contribuir para aprofundar ainda mais a fragmentação do Iraque, e alertou potenciais compradores sobre os riscos legais de adquirir tal carga. Mas também deixou claro que não intervirá em uma transação comercial.
A CNBC News informou que documentos mostram que o comprador do petróleo é uma empresa registrada nas Ilhas Virgens Britânicas, chamada Talmay Trading, que negociou anteriormente petróleo russo. A Reuters não pôde confirmar de imediato a notícia.
(Reportagem de Supriya Kurane em Bangalore e Terry Wade em Houston)